Festa de Verão do PCP reúne mais de 200 convivas junto à Lagoa

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A festa, que juntou mais de duas centenas de militantes simpatizantes, tem como ponto alto as intervenções políticas

O direito ao lazer e as preocupações com a saúde e aumento dos preços estiveram no centro das intervenções

Como já vem sendo tradição, militantes e simpatizantes do PCP voltaram a juntar-se, a 3 de julho, na margem da Lagoa de Óbidos, junto ao Penedo Furado (Foz do Arelho), na Festa de Verão.
A dimensão do convívio foi, de resto, destacada por Luís Caixeiro, membro do Comité Central do PCP, para reivindicar o direito ao lazer. Mas foram os problemas relacionados com a saúde que protagonizaram grande parte do seu discurso, desde logo a falta de profissionais e meios no Serviço Nacional de Saúde (SNS).
“À falta de médicos de família, ao fecho de extensões de saúde, ao encerramento temporário de serviços hospitalares, entre tantos outros problemas, têm-se oposto a luta e ação das Comissões de Utentes, designadamente em Peniche, Pombal, Caldas da Rainha e Marinha Grande e os trabalhadores do sector”, disse, exemplificando com a greve que os auxiliares, administrativos e técnicos de diagnóstico realizaram na passada sexta-feira. “Lutas” que têm contado com o apoio dos comunistas, ao contrário do que acontece com as “maiorias do PS, PSD e dos chamados movimentos de independentes” nas Câmaras, que, “têm pautado a sua postura entre a subserviência e a corresponsabilidade no ataque ao SNS desde logo na forma como aceitaram, e agora como executam, as competências delegadas nesta matéria”, criticou.

Críticas ao governo
Luís Caixeiro reagiu ao estudo encomendado pela OesteCIM, que centra a discussão do novo Hospital do Oeste na sua localização, uma “artimanha” antiga que lança a discussão entre os autarcas e adia a sua construção. Ao invés disso, o PCP defende que cabe ao governo apontar o local e sustentar essa opção do ponto de vista técnico. Considera ainda que é necessário avançar com os meios e medidas concretas para a construção do hospital ainda nesta legislatura e criticou o governo socialista por ter recusado a proposta do PCP para introduzir as verbas necessárias para iniciar o processo neste Orçamento do Estado.
Referindo-se à Linha do Oeste, o dirigente comunista enaltece o anúncio da consignação da empreitada até às Caldas e o lançamento do concurso até ao Louriçal, mas lembra também se deve à luta das populações e ação do PCP. O aumento dos preços também mereceu a crítica dos comunistas, que respondem com ações reivindicativas e luta organizada nas empresas e locais de trabalho. O partido tem apresentado várias propostas na Assembleia da República para dar resposta aos pequenos agricultores e pescadores, que têm sido rejeitadas. No próximo dia 22 de Julho o deputado no Parlamento Europeu, João Pimenta Lopes, estará no distrito em contacto com os agricultores, pescadores e suas estruturas representativas.
Também a presidente do grupo parlamentar do PCP, Paula Santos, manifestou a preocupação com o agravamento das condições de vida, defendendo a necessidade de intervenção do governo, no controlo e fixação de preços dos bens essenciais e, por outro lado, no aumento dos salários e reformas.
No campo da saúde, chamou a atenção para a necessidade de mais profissionais no SNS, através da implementação de um regime de dedicação exclusiva e o alargamento da atribuição de incentivos para a colocação de médicos e enfermeiros em zonas carenciadas. Paula Santos falou ainda do investimento necessário no reordenamento da floresta, especialmente neste distrito que foi bastante fustigado pelos fogos.
Além da tradicional sardinhada, a festa do PCP contou com uma feira do livro, venda de produtos regionais gastronómicos e animação musical com Manuel Pires da Rocha (músico da Brigada Victor Jara), João Queirós e Inês Silva. ■