Nas Caldas, Fernando Rosas, defendeu a necessidade de eleger deputados do BE pelo distrito
“Encontrei um quarto a 350 euros, que há cinco anos arranjava a 80 euros”, contou Oliver Andrade, natural de Sintra e estudante da ESAD.CR, referindo que o custo da habitação é o principal problema dos jovens. O estudante universitário partilhou o seu testemunho na sessão “No Cinquentenário de Abril: corrida ao armamento ou direito à habitação?”, que se realizou a 30 de abril na sede Junta de Freguesia da União de Freguesias de Caldas da Rainha (N. Sr.ª Pópulo, Coto e S. Gregório), e contou com a presença do cabeça de lista do BE pelo distrito, Fernando Rosas.
Olivier Andrade denunciou ainda que, muitas das vezes, nos quartos que encontram nas redes sociais, os senhorios não querem fazer contrato ou são abusivos. “São senhorios que entram na casa alugada, despejam sem aviso, criam condições incómodas, ou têm espaços precários ou com situações térmicas indesejadas, e os estudantes não têm alternativa se não compactuar com isso”, fez notar. O apoio social do IPL é insuficiente para fazer face às despesas com o alojamento e, por outro lado, quando os jovens acabam o curso e querem fixar-se na cidade, “não o conseguem fazer”, partilhou, dando ainda conta das barreiras que encontram para a utilização dos espaços públicos.
Marília Ribeiro, candidata do BE à Assembleia da República, por Leiria, defendeu a existência de um teto às rendas e propôs o aumento da habitação pública e a preços controlados.
Já o cabeça de lista por Leiria, Fernando Rosas, considera que a resolução do problema da habitação foi o “grande falhanço” da maioria absoluta do PS e é atualmente, “provavelmente, o problema social mais grave que o país enfrenta.” Referindo-se ao governo da coligação PSD-CDS, acusou-o de não resolver o problema da saúde, mas antes acentuá-lo, “pelas nomeações políticas dos administradores dos hospitais, pelas portas abertas aos grandes grupos da CUF ou do Lusíadas e pela destruição do próprio Serviço Nacional de Saúde”. Fernando Rosas defendeu carreiras dignas para os profissionais de saúde no SNS e referiu-se ao negócio privado da saúde como “imoral”.
O também historiador falou do “medo” e “insegurança” de quem vive com o salário mínimo, que é “cavalgado pela extrema-direita”, transformando-o em ódio. “A crise das instituições favorece a extrema-direita, é preciso uma alternativa pela esquerda que implemente as medidas de política, económicas e sociais que respondam à necessidade das pessoas”, disse, defendendo a adoção de políticas sociais “corajosas, que resolvam o problema das pessoas na habitação, na saúde, na educação, no salário e nas pensões”.
O BE é também o partido que “luta contra o rearmamento e contra a guerra”, disse Fernando Rosas, comparando, a nível internacional, a situação atual com a de 1939, nas vésperas da Segunda Guerra Mundial, no que à corrida ao armamento diz respeito.
Referindo-se ao distrito, o candidato falou da preocupação com a exploração massiva de caulino no concelho de Pombal, dos problemas de poluição na Bacia do Lis e na Lagoa de Óbidos, juntamente com o seu assoreamento. Ao nível da mobilidade, defendeu a criação de uma empresa pública de transporte intermodal, gerida pelas comunidades intermunicipais.
Perante uma sala cheia, Fernando Rosas explicou que a sua candidatura tem por objetivo reeleger deputados do bloco por Leiria porque entende que “grande parte da população do distrito não está representada na Assembleia da República”. O candidato falou ainda do “absurdo” do voto útil, que diz ser “de perpetuação do monopólio rotativo de dois partidos que dominam a governança do país há meio século [PS e PSD]. ■