Os edifícios recentemente recuperados pela Câmara na vila de Óbidos e que vão albergar projectos ligados à educação, cultura e actividades sócio-económicas, serão integrados na Rede de Espaços Criativos (REC).
Desta rede farão parte o armazém da Rua Direita, a rede de museus e galerias, quatro antigas escolas primárias, dois parques de estacionamento e ainda casas recuperadas designadas por José Joaquim dos Santos, André Reinoso, Baltazar Gomes Figueira e Josefa d’Óbidos. O EPIC – Espaço de Promoção da Inovação e Conhecimento também faz parte desta lista que integra 25 edifícios.
A gestão desta rede será feita pela empresa municipal Óbidos Criativa, que irá zelar pela correcta utilização dos espaços, seleccionar os projectos a acolher e ser parceiro na implementação de um regime colaborativo entre todos os intervenientes.
Esta autorização de competências do município para a empresa municipal foi aprovada por maioria, na Assembleia Municipal de 29 de Outubro, mas contou com os votos contra do PS e da CDU.
O deputado comunista Custódio Santos, destacou que há situações em que se justificava o património passar para as juntas de freguesia ou, no caso do auditório da Casa da Música, para a Sociedade Musical e Recreativa Obidense.
A deputada socialista Cristina Rodrigues disse concordar que a Óbidos Criativa tem uma estrutura mais eficaz do que a Câmara para fazer a gestão do programa, mas por outro lado, defendeu que o “dono do património [Câmara] é que devia ter a última palavra”. O seu colega de bancada, João Maria Lourenço, recordou que já pediram o relatório de actividade da empresa municipal há vários meses e que ainda não tiveram resposta.
Também em sessão de Câmara o vereador socialista José Machado votou contra a delegação na Óbidos Criativa a cedência de instalações municipais. O autarca defendeu ainda que esta empresa municipal deverá “caminhar rapidamente para ser auto-suficiente do posto de vista financeiro e que as suas actuais ou futuras áreas de actividade, que não sejam equilibradas do ponto de vista financeiro, devem passar para a Câmara”, dando como exemplo os museus.
O vice-presidente da Câmara, Humberto Marques, justificou que a empresa Óbidos Criativa reúne pelo menos uma vez por semana e, desta forma, garante um “processo muito mais célere na decisão”.
Fátima Ferreira
fferreira@gazetadascaldas.pt