O PS de Óbidos retirou a confiança politica à vereadora Maria Goreti Ferreira, eleita nas últimas autárquicas como independente nas listas socialistas.
Esta decisão foi tomada pela maioria dos membros da comissão politica, numa reunião que decorreu no passado domingo. O presidente da Concelhia do PS, Carlos Timóteo, explica que a vereadora “votava sempre contra as nossas propostas e não apresentava alternativas”.
Há um mês já tinha havido uma reunião onde esteve presente Maria Goreti Ferreira e foi-lhe mostrado o descontentamento com as suas tomadas de posição. Carlos Timóteo realça que “nenhum eleito pelo PS é obrigado a votar desta ou daquela maneira”, mas defende que há valores políticos que têm que ser respeitados.
A votação do orçamento da Câmara de Óbidos para 2011, na passada semana, foi a “gota de água” pois a vereadora socialista mudou a intenção de voto que tinha manifestado na reunião do partido, acabando por decidir a favor da maioria social-democrata (o seu colega José Machado absteve-se).
“Discutimos as propostas a apresentar e a senhora concordou com a sua grande maioria. A única alternativa que apresentou foi a extinção das empresas municipais e não a sua fusão, como propusemos e está no nosso plano”, explicou o responsável pela concelhia.
Carlos Timóteo diz mesmo que para o secretariado “foi uma traição” e acrescenta que para o PS “é preferível ter só um vereador que comunga das nossas ideias e faz propostas”, referindo-se a José Machado.
O mesmo responsável lembra ainda que a concelhia alertou a vereadora para “ter cuidado” com a votação dos trabalhos a mais nas escolas de Óbidos, e colocou os serviços jurídicos do partido à sua disposição caso tivesse dúvidas, pois o PS entende que se trata de uma ilegalidade. “A senhora percebeu que era uma ilegalidade e depois votou favoravelmente”, conta Carlos Timóteo, adiantando que é complicado terem uma posição, com uma vez sempre dissonante.
Contactada pela Gazeta das Caldas, a vereador Goreti Ferreira disse que não tinha conhecimento formal e directo desta posição do PS, que considera “imprópria de uma sociedade civil”. Acrescentou que ficou “estupefacta” por saber desta decisão através de um jornal e remeteu mais explicações para mais tarde, entre elas a decisão sobre se continuaria ou não no cargo.
Maria Goreti Ferreira disse estar calma, serena e convicta que tem feito o seu trabalho e servido o melhor que pode os munícipes do concelho.
Apesar da ruptura com o PS, a vereadora pode continuar a exercer o mandato para o qual foi eleita pelos cidadãos, mas agora por sua própria conta.
Fátima Ferreira
fferreira@gazetadascaldas.pt