“Queremos um hospital que sirva as populações e não mais uma negociata”

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O secretário geral do PCP durante a intervenção na Festa de Verão, que contou com cerca de 300 pessoas

Secretário geral do PCP, Paulo Raimundo, marcou presença na Festa de Verão, que decorreu na Foz

Garantir que o governo passa do anúncio à concretização do novo Hospital do Oeste é a prioridade para o secretário geral do PCP, Paulo Raimundo. “Há uma necessidade de um hospital, que corresponda à necessidade das populações do sul do distrito [de Leiria ] e que seja público”, salientou o responsável político, para quem a tónica neste processo está em garantir que não será “mais um instrumento para mais um negócio que envolva o setor privado”. “Queremos um hospital que sirva as populações e não mais uma negociata, com parcerias público-privadas”, frisou.
Aos jornalistas, após a intervenção na Festa de Verão, que decorreu mas margens da Lagoa, junto ao Penedo Furado, Paulo Raimundo não se comprometeu com a localização, embora não a considere indiferente: “é a que servir melhor a população, não fazemos disso uma questão fundamental”. Relativamente à contestação, levada a cabo pela autarquia das Caldas sobre a construção do equipamento fora deste concelho, o secretário geral do PCP considera “normal as pessoas mostrarem a sua indignação face a um caminho que contraria a sua própria vontade”.
Perante cerca de 300 militantes e simpatizantes, que se juntaram no encontro, que é também um “momento da afirmação do partido na região e de debate político”, Paulo Raimundo realçou que o “problema do governo é que não dá resposta aos problemas das pessoas”. Lembrou os problemas ao nível da saúde e também da habitação, e criticou o governo e oposição, acusando o PS, o PSD, Iniciativa liberal e Chega de “estarem todos alinhados, como os astros, na defesa dos grupos económicos”. A “companhia da desgraça”, como os apelidou, “o que tem para oferecer é carregar sobre o trabalho e abrir as portas aos interesses do capital”, lembrando que chumbaram as propostas apresentadas pelo PCP, na Assembleia da República, que propunha carregar impostos sobre os “escandalosos grupos dos económicos” e para baixar o IVA da eletricidade, do gás e das telecomunicações. O dirigente comunista não aceita a “injustiça e desigualdade”, criticando os baixos salários e pensões, assim como o aumento dos bens essenciais e a falta de resposta na educação e saúde.
Referindo-se à modernização da Linha do Oeste, Paulo Raimundo defendeu que “é preciso ir mais longe”, desde logo com a “aquisição de comboios e a contratação dos trabalhadores necessários”. Ainda a nível regional, defendeu o investimento nos cuidados de saúde primários, edifícios escolares e na resposta às necessidades de habitação e lembrou que não fossem as populações, comissões de utentes e a intervenção do PCP e o “cenário no distrito ainda seria mais difícil”.

Reforço de militantes
O dirigente comunista apelou ao reforço no partido, defendendo que é nele que está a “resposta aos seus anseios e problemas”. Momentos antes, Samuel Fialho, membro do executivo da Direcção Regional de Leiria (DORLEI) do PCP, tinha dado conta dos bons resultados ao nível do recrutamento de novos militantes. “No decorrer deste ano, conseguimos 29 novos camaradas”, disse, considerando-o um dos melhores anos em termos de recrutamento, num quadro adverso para o partido. Estão também a “responsabilizar” militantes por novas tarefas, um reforço das fileiras do partido que o também vereador na Câmara da Nazaré diz ser “demonstrativo do poder de atração que o nosso projeto revolucionário tem junto dos trabalhadores, das massas populares e da juventude”.
Samuel Fialho fez ainda um sumário da atividade que esta direção regional tem levado a cabo por todo o distrito, nomeadamente de contacto com a população. ■