Redução do estacionamento no Bom Sucesso gera contestação

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Bom Sucesso
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Anabela Silvério mora na Aldeia dos Pescadores há 30 anos e queixa-se da dificuldade em estacionar junto à sua residência, resultado da requalificação feita pelo INAG e que, segundo os moradores e comerciantes da zona, veio diminuir drasticamente os lugares de estacionamento.
A intervenção a cargo daquele instituto tutelado pelo Ministério do Ambiente contemplou a requalificação do parque de estacionamento e criação de um passeio pedonal de acesso à praça central, onde a circulação automóvel e o estacionamento foram condicionados, num investimento total superior a 453 mil euros.
“Foi a construção da praça que veio tirar os lugares e o parque que antes levava 200 carros, agora tem 18”, disse a moradora, acrescentando que a grande afluência de banhistas, sobretudo ao fim de semana, está a “causar grandes problemas”.
Anabela Silvério explicou que “os carros não conseguem inverter a marcha depois de entrar no estacionamento e não ter lugar, tendo que sair de marcha atrás, e assim passar num cruzamento com um sinal Stop, para entrar na estrada principal”. Uma situação que, teme, venha a causar “alguns acidentes”.
Preocupada com esta situação, a Comissão de Moradores do Bom Sucesso e os comerciantes da zona pediram ao vereador socialista José Machado para visitar o local e inteirar-se da situação, o que veio a acontecer no passado dia 8 de Julho. O autarca constatou que houve uma redução de espaço de estacionamento “superior a 90%” e prometeu levar o assunto a sessão de Câmara.
Para José Machado, o principal problema é que se trata de uma obra da administração central, com o apoio da autarquia, que “custou muito dinheiro”, mas para a qual não foi solicitado o contributo da população.
“É um exemplo do desperdício porque a emenda disto vai custar muito dinheiro”, disse o autarca, criticando ainda que uma “aprovação apressada dos projectos dá nisto – muito dinheiro utilizado e a solução nem sempre é a melhor”.
O autarca disse que é preciso repensar a intervenção, que embora “agradável à vista, não é funcional” e vai aumentar o estacionamento “terceiro mundista” de carros estacionados à beira da estrada.
Os comerciantes queixaram-se ainda de não terem sido colocadas as duas casas de banho móveis que ali costumavam estar durante a época balnear e de não haver indicação de que há casas de banho públicas no apoio de praia. “As pessoas têm que se desenrascar e quem sofre com isso são os cafés e restaurantes da zona”, dizem.

A RESPOSTA DA CÂMARA

De acordo com a Câmara de Óbidos, o programa de requalificação foi concertado entre esta autarquia e o INAG e incluído no Plano de Requalificação das Margens da Lagoa de Óbidos, cuja intervenção está a ser executada pelo Ministério do Ambiente. Questionado pela Gazeta das Caldas sobre a redução do número de lugares de estacionamento, o executivo refere, através do seu gabinete de comunicação, que “nunca há estacionamento para todos no pico do Verão ou num dia convidativo”, pelo que se trata de um “falso argumento que esconde inquietações de natureza partidária”. Contudo, garante que com as novas obras de requalificação, haverá mais bolsas de estacionamento e melhor acesso à praia.
A autarquia também desenvolveu “várias iniciativas junto do INAG para alterações à obra, no entanto foi sempre respondido que as mesmas não eram possíveis, uma vez que estavam no limite dos trabalhos a mais”, explica.
O executivo refere ainda que os moradores e comerciantes que o solicitaram foram recebidos pelo vereador Pedro Félix, que “lhes mostrou o projecto e onde todas as questões foram respondidas com satisfação aparente dos presentes”.
No que respeita às casas de banho, o executivo justifica que os equipamentos provisórios foram retirados porque “não tinham condições de utilização” e foram criadas novas condições no apoio de praia que inclui, além das casas de banho, duches e posto de socorros.

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