A Semana do Zé Povinho

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Zé Povinho, cavalheirescamente, cedeu este espaço no Dia da Mulher à sua cara metade, Maria Paciência, que também quer dizer da sua justiça em relação ao que se está a passar em Portugal no presente momento.
Olhando para o país neste dia é tempo de olhar para Brites de Almeida, a Padeira de Aljubarrota, figura mítica da região Oeste que deu mostras da sua valentia em relação a uns quantos invasores a quem tratou da saúde no seu forno onde fazia o pão.
Ora era uma verdadeira Padeira de Aljubarrota que hoje devia haver para enfrentar a troika que, quais insaciáveis predadores das finanças portuguesas, estão em Portugal a cortar até ao osso a riqueza do país.
Por tudo isso, é com alguma nostalgia e recordação que Maria da Paciência evoca o papel desempenhado por esta heroína épica nacional, que devia desafiar todas as portuguesas e portugueses para fazer o trabalho em favor do país de forma autónoma e vencedora.

Maria Paciência não gosta de “bater no ceguinho” como diz o povo, mas a senhora secretária de Estado do Turismo, Cecília Meireles, merece-o. Não é que durante a visita à Bolsa de Turismo de Lisboa, perante os autarcas que apelavam à manutenção do Turismo do Oeste fora da área metropolitana de Lisboa, e perante um tapete negro junto stand que dizia “Este é o Oeste que vamos manter!”, a dita senhora governante comentou – para todos os que estavam perto ouvirem – “isso era o que vocês  queriam!”?
Há estratégias e estratégias e nisto do turismo juntar mega-regiões, como a área Metropolitana de Lisboa, com uma pequena região que se tem afirmado fortemente nos últimos anos, mas que não deixa de ser pequena e muito especial, não tem lógica.
Dizem com alguma razão de ser, que muitas vezes Portugal é Lisboa e o resto é paisagem. Ora, caso o Oeste caia, sem autonomia nem liderança na Grande Região de Lisboa, perderá a palavra e nem a paisagem lhe vale.
Como se demonstra por esta reincidência, que Maria Paciência também assume como o fez Zé Povinho que não vai muito de amores com a Dra. Cecília Meireles, cuja escolha para o governo parece um erro de casting dos democratas cristãos para um sector tão importante no desenvolvimento do país.
A sua insensibilidade pela verdadeira dimensão da indústria turística – que é talvez a mais importante actividade económica e social (porque também é fortemente criadora de emprego) do séc. XXI – pode fazer duvidar da importância que o actual Ministério da Economia lhe dá para a recuperação de Portugal.
Maria Paciência também pensa que isso é mau e pode ser uma coisa trágica nos próximos tempos, a não ser que o primeiro-ministro Passos Coelho esteja a preparar-se para fazer a limpeza naquela pasta do governo.

2 COMENTÁRIOS

  1. Como bem o sabe a direcção do jornal, houve um acordo entre o Estado português e três entidades externas e esse acordo foi apoiado por três partidos (PS, então no Governo, PSD e CDS) e rejeitado por dois (que até se recusaram a falar com as três entidades externas).
    A tese imbecil e chauvinista da agressão estrangeira (o “pacto de agressão”, como dizem) é uma bandeira do PCP e do BE que encobre a incapacidade da extrema-esquerda de encontrar alternativas – sólidas, racionais, exequíveis, credíveis – ao estado de quase bancarrota em que caímos. É estranho ver a “Gazeta” a empunhar essa bandeira, qual “Avante” das Caldas (…).