Aniversário de elevação a cidade comemorado com dignidade

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Foi com palmas, vivas e música que na passada segunda-feira terminou a festa do 86º aniversário da elevação das Caldas da Rainha a cidade. O evento, organizado pelo grupo Amar Caldas com o apoio da Câmara, teve lugar no jardim do Museu do Hospital e da Cidade, com a presença de mais de 200 pessoas.
A festa contou com um jantar, em que participaram 120 comensais, um momento de música com o Grupo Coral e Musical da Casa de Pessoal do Centro Hospitalar e vários discursos oficiais, incluindo uma recriação histórica com o actor José Ramalho.
Para Maria José Rocha, da organização, a adesão por parte dos caldenses demonstrou que vale a pena promover iniciativas como esta. “Queremos envolver os caldenses de nascimento, de adopção e de paixão”, salientou.
O grupo defende que há muita vontade por parte da sociedade civil em “se movimentar, por amar as Caldas”. À Gazeta das Caldas Maria José Rocha destacou não só a adesão, que superou as expectativas, mas também a forma animada como esta festa decorreu.
Segundo outro dos elementos do grupo, Miguel Pedras, o Amar Caldas vai continuar a organizar iniciativas deste género, sempre com uma componente histórica. “A partir do passado queremos construir um futuro que faça ‘mexer’ a cidade”, disse.
O presidente da Câmara das Caldas em exercício, Tinta Ferreira, aproveitou a ocasião para salientar que esta festa esteve integrada no programa de animação de Verão das Caldas, onde vários caldenses e entidades se uniram. “Houve muita actividade cultural, de nível e qualidade, que atraiu muita gente”, disse, satisfeito.
O autarca recordou o tempo em que Caldas passou a cidade, altura em que era “cheia de actividade e iniciativa, com um comércio forte e uma agricultura pujante, sendo o pólo aglutinador na região”. Mas salientou que, “apesar das dificuldades”, Caldas da Rainha continuar a ser “a segunda maior urbe do distrito, com um comércio e serviços fortes, e grande capacidade de atracção de pessoas”.
Tinta Ferreira defende a continuação de iniciativas culturais como esta festa “para que as Caldas possa continuar a florescer”. Na sua opinião, esta também é uma altura de oportunidades e que deve ser aproveitada “em conjunto”.

MAMA DAS CALDAS

A professora Maria José Rocha apresentou também o projecto que o grupo está a desenvolver, denominado Mama das Caldas, e que já tinha tido uma primeira apresentação nas comemorações do 15 de Maio. A partir da figura Ama das Caldas, imortalizada por Rafael Bordalo Pinheiro e que simboliza as mulheres que partiam para a Lisboa para amamentar os filhos das senhoras da sociedade, está associada ao projecto Olha-te (que apoia doentes oncológicos e os seus familiares).
A criadora da marca “Ú das Caldas”, pegou nesta tradição caldense e, com o apoio do mestre Elias, deu-lhe uma imagem mais contemporânea, numa nova figura em porcelana criada com o apoio do Cencal e produzida na escola Rafael Bordalo Pinheiro. A peça vai estar à venda em breve, com parte das receitas a revertem para o Olha-te.
Em Novembro o grupo irá promover um evento, com o nome Caldas Obscura e que pretende ter uma abrangência nacional, que fará a ligação ao imaginário do Dia das Bruxas e algumas das maiores tragédias da cidade.

Pedro Antunes
pantunes@gazetadascaldas.pt

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