O empresário caldense António Júlio criou um espaço expositivo para a sua colecção de veículos clássicos. Por baixo de um dos stands do grupo, há um antigo armazém que agora serve para mostrar os veículos, mas também para os arranjar numa pequena oficina. O António Júlio Showroom tem uma cozinha, casas de banho e terá um auditório com capacidade para 300 pessoas.
O Morris 1300 creme de 1969 que António Júlio conduziu durante alguns anos é o primeiro carro que vemos quando entramos no antigo armazém que estava sem uso e que se localiza por baixo de um dos stands da marca, na recta do quartel.
O empresário recorda que um dia despistou-se e ficou de rodas para o ar com esse carro. “Recuperei-o todo e ainda hoje só tenho memorizadas duas matrículas: a DF-99-10, do Morris e a LR-58-13”, contou à Gazeta das Caldas. Esta última pertence a uma mota que o pai lhe ofereceu, uma Kawasaki 125, preta. “Lembro-me que quando a estreei estava a chover bastante”, corria o ano de 1967. “Andei muito tempo com ela, foi das primeiras motas com motor de arranque, piscas e bateria, era mais importante naquela altura que um Ferrari hoje”, afirma.
Ainda antes da Kawasaki, o empresário havia tido uma Casal Carina (a única scooter 100% nacional), vermelha, de 50cc, que também está exposta. Mas a Carina não foi a primeira. “Foi uma Sachs Minor”, exclama.
Continuamos a andar e passamos por um Karmann Ghia amarelo, de capota preta. Segue-se a já conhecida Volkswagen Pão de Forma vermelha, que o grupo tem apresentado nas feiras, toda recuperada.
Deparamo-nos então com o original bar: uma outra Volkswagen Pão de Forma, mas esta laranja e sem tecto, que foi transformada para ganhar novas funções. É um balcão amovível e os piscas estão a trabalhar. Tem uma bancada e lava-louças integrados e tem… uma máquina de tirar imperiais.
A ideia de criar um espaço expositivo começou a ser posta em prática há dois anos. “É um projecto que visa a minha reforma”, conta o empresário. Ali poderá expôr e trabalhar naquilo que mais lhe dá prazer (os automóveis antigos), tendo ainda espaço para receber os amigos.
A decoração foi pensada ao pormenor. Há cartazes publicitários antigos, reclames luminosos, recordações da empresa e do casal e outros objectos referentes aos clássicos, como bidões de óleo antigos.
A casa de banho é, em si mesma, uma obra de arte. O lavatório é feito de uma antiga roda, com um vidro a fazer de lavatório. A torneira é uma mangueira de gasolina, que tem um sensor para ligar a água. As sanitas são feitas em bidões de ferro.
Na sala há ainda uma carrinha Tempo Viking azul, que carrega pipas de vinho e a bicicleta que a esposa, Luísa Fonseca, comprou com o seu primeiro ordenado.
O showroom tem uma cozinha e zona para refeições. Está ainda a ser finalizado um auditório com capacidade para 300 pessoas e com sistema de projecção. No futuro este espaço poderá ser alugado para eventos.
Expoeste vai receber quase 200 automóveis clássicos
A 13ª edição da Classic’Auto, Feira dos Automóveis Clássicos da Expoeste, realiza-se entre 2 e 4 de Novembro. Todos os anos, os 10 mil metros quadrados do pavilhão enchem-se de carros e motas antigas, mas também peças para estes veículos. Este ano será possível apreciar quase 200 clássicos.
Na apresentação – que decorreu no António Júlio Showroom – António Marques, director da Expoeste, voltou a falar na criação de um pólo museológico nas Caldas.
“Assistimos ao despontar de uma grande e dinâmica actividade relacionada com o veículo clássico, onde se destacam as concentrações, exposições, passeios, competições e outros certames”, disse.
O responsável constata que “existe na região muito material clássico” e que algum já se foi perdendo pelo que é necessário pensar a sério em criar um núcleo museológico para esses veículos.
Tinta Ferreira, presidente da Câmara, agradeceu a todos os que aceitaram expor e salientou que este “é um dos principais eventos da Expoeste”.
Em paralelo com a feira, no exterior irá existir um Challenger de Bombeiros (apoiado pelos Bombeiros das Caldas e pela Liga) que traz cerca de 80 operacionais de corporações de todo o país às Caldas para uma prova física de dois minutos que retrata o combate a um sinistro urbano. A equipa vencedora apura-se para uma prova nos Estados Unidos da América.