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Os deputados do PS, eleitos pelo círculo de Leiria, anunciaram, esta quinta-feira, ter entregue na Assembleia da República um projeto de resolução em que recomendam ao Governo o licenciamento da arte de pesca denominada “corrimão”, praticada na Nazaré, sobretudo na zona de rebentação.

No projeto de resolução pede-se ao Governo que proceda “à atribuição de licenças sazonais e locais para a prática do “corrimão”, com os condicionalismos considerados adequados para assegurar a segurança e o reporte da atividade necessários ao controlo da atividade”, como se pode ler no diploma.

Há mais de uma década que a Câmara da Nazaré tem vindo a solicitar ao Governo medidas que defendam este tipo de pesca. Agora, os socialistas alertam para a necessidade de regulamentar esta prática, uma vez que a ausência desta regulamentação legal contribuiu, a par do envelhecimento dos seus praticantes, para que a mesma se tenha vindo a perder junto da comunidade piscatória, em conjunto com outras artes da pesca tradicionais, em detrimento de métodos de pesca mais modernos e intensivos.

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Esta transição para uma pesca mais intensiva acarretou graves impactes ecológicos, promovendo cada vez mais a debilitação do ambiente marinho e uma diminuição considerável de determinadas espécies piscícolas, com implicações ao nível do equilíbrio dos ecossistemas e da biodiversidade. Pelo contrário, o impacte desta ordem da pesca de “corrimão” é significativamente menor, já que esta visa a captura de peixe graúdo e adulto. Para além disso, os pescadores do corrimão, que pescam no areal, junto à praia, previamente ao lançamento da linha, procedem a uma recolha de lixo na praia para evitar que os detritos se prendam nas linhas, o que faz desta prática uma atividade de impacto ecológico positivo.

A “pesca do corrimão”, cuja prática é efetuada essencialmente no inverno, quando o mar está mais agitado e com forte rebentação, representa ainda um importante
complemento económico e social para profissionais no ativo ou
reformados, e, ao ignorá-la e desprotegê-la, está-se a contribuir para “o desaparecimento de tradições, hábitos e linguagens de forte carácter identitário, bem como para aumentar o desenraizamento das comunidades piscatórias com o mar, pelo que esta é também uma questão de sustentabilidade sociocultural”.

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