Unanimidade na defesa da localização do novo Hospital nas Caldas-Óbidos reiterada em reunião convocada pela Câmara e Assembleia Municipal caldense
As câmaras das Caldas, Óbidos e Rio Maior vão enviar uma carta à ministra da Saúde, Ana Paula Martins, a convidá-la para conhecer o território e falarem das questões da saúde, tanto ao nível da prestação de cuidados de saúde primários como hospitalares. A missiva, a elaborar em conjunto pelos três autarcas, é resultado da reunião, que decorreu na passada quarta-feira (17 de julho), nas Caldas, e juntou os presidentes das câmaras das Caldas, Óbidos e Rio Maior e das assembleias municipais das Caldas e de Óbidos, assim como os elementos da mesa e representantes dos partidos eleitos dos dois concelhos. A presidente da Assembleia Municipal de Rio Maior, Isaura Morais, não pôde comparecer por se encontrar em trabalho parlamentar.
O presidente da Assembleia Municipal das Caldas da Rainha, Lalanda Ribeiro, fez um “balanço positivo” da reunião, que havia sido proposta pela Comissão da Saúde, destacando a importância da renovação do pedido de audiência à governante para lhe mostrar que “há elementos que não foram considerados no estudo encomendado pela OesteCIM”.
Lalanda Ribeiro destaca a intervenção feita pelo deputado social-democrata na Assembleia da República (e antigo bastonário da Ordem dos Médicos), Miguel Guimarães, aquando da discussão das petições, “que nos deixou com a ideia de que possa haver um novo estudo em que sejam considerados parâmetros mais reais dos que foram considerados no anterior”. O presidente da Assembleia Municipal caldense pede uma “maior justiça na apreciação do processo” e recorda que no estudo realizado foram consideradas freguesias de Mafra e outras de concelhos do sul do Oeste, que drenam para outros hospitais, e entendido que a população do concelho de Alcobaça é assistida em Leiria, quando há freguesias de Alcobaça que estão muito mais próximas das Caldas.
Lalanda Ribeiro considera que deverá ser este o caminho a seguir pelos municípios na defesa do novo Hospital. “É fundamental que se mantenha a unidade de todas as forças políticas em qualquer dos concelhos, especialmente no nosso, que é a “cabeça” desta reivindicação, pois é cá que está instalado o hospital”, conclui o responsável, apelando para que “não haja divisões”.
Ficou ainda prevista uma próxima reunião, se possível mais alargada, mas ainda sem data marcada.
O presidente da Câmara das Caldas, Vítor Marques, salienta que os autarcas dos três concelhos estão unidos no mesmo objetivo e lembra que já antes haviam tornado pública a sua posição. “Este pedido é para nos fazermos ouvir, pois ainda não fomos recebidos pela atual ministra da Saúde de modo a mostrarmos as nossas preocupações”, disse o autarca à Gazeta das Caldas.
A Câmara das Caldas está também em conversações com o diretor do Centro de Estudos e Desenvolvimento Regional e Urbano (CEDRU), Sérgio Barroso, para afinar a estratégia a seguir, se esta passará por um novo estudo ou se será dada continuidade ao trabalho feito anteriormente. O especialista já coordenou um parecer técnico sobre os critérios a considerar para a localização, encomendado por esta autarquia e, mais tarde, elaborou um documento a contestar os argumentos apresentados pelo grupo de trabalho criado pelo então ministro Manuel Pizarro e liderado pela antiga ministra da Saúde, Ana Jorge, que sustentou a escolha do Bombarral (tal como o estudo encomendado pela OesteCIM à Nova IMS) em critérios de acessibilidade, como a proximidade à saída da autoestrada e à estação do caminho-de-ferro.
Gazeta das Caldas pediu também um comentário aos presidentes da Câmara de Óbidos e de Rio Maior sobre a reunião e passos futuros relativamente ao novo Hospital do Oeste, mas não obteve resposta até ao fecho da edição. ■