
Uma carrinha e material de socorro foram enviados para o recém-constituído corpo de bombeiros de Mé-Zochi, um distrito da ilha de São Tomé (São Tomé e Príncipe) por oferta de uma empresa caldense e dos soldados da paz das Caldas da Rainha. O equipamento foi enviado por barco a 10 de Abril.
O segundo distrito mais populoso daquele país africano só recentemente constituiu corporação de bombeiros, como resultado de um protocolo entre a câmara distrital de Mé-Zochi e a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários das Caldas da Rainha.
No verão passado, sete homens daquela corporação estiveram sete semanas nas Caldas da Rainha a receber formação dos bombeiros caldenses para que pudessem constituir uma nova corporação em Mé-Zochi.
Segundo o jornal digital Téla Nón, “em casos de incêndio ou calamidades naturais, as comunidades do interior tinham que pedir socorro à única corporação localizada na capital”.Em Outubro foram enviadas três ambulâncias para São Tomé, uma delas cedida pelos bombeiros das Caldas e duas da corporação de Vila das Aves (Sto. Tirso). “São ambulâncias em condições, mas que deixaram de poder ser utilizadas em Portugal porque a legislação de transporte de doentes foi alterada”, explicou José António Silva, comandante dos bombeiros das Caldas. Os caldenses sensibilizaram outros colegas do país para a necessidade existente de viaturas dos bombeiros são tomenses e os bombeiros de Cacilhas ofereceram também um veículo ligeiro de combate a incêndios.
Desta vez foram enviados também 1500 talheres, oferecidos pelas duas juntas de freguesia da cidade das Caldas para as escolas daquela localidade. “Quando estivemos em Mé-Zochi para a tomada de posse dos novos bombeiros soubemos que não havia talheres para as crianças que tomavam as suas refeições na escola”, contou José António Silva. Seguiram ainda algumas bolas de futebol.
A viatura foi oferecida pela Ambicarro, Centro de Recolha e Abate de Veículos. O proprietário da empresa, Armando Simões, explicou ter ficado sensibilizado com a situação dos bombeiros africanos e por isso quis ajudá-los. Conheceu-os no verão passado, altura em que estes estiveram nas Caldas da Rainha a receber formação. A Ambicarro forneceu algumas viaturas em fim de vida para simulacros salvamento e desencarceramento.
“Eu também fui bombeiro nas décadas de 70 e 80, e lembro-me como era difícil arranjar equipamento. Perguntei se queriam ficar com uma viatura que eu tinha na empresa e a reacção deles foi a de rirem ‘da cabeça até aos pés’”, contou Armando Simões, que se sentiu muito satisfeito por poder contribuir desta forma.
O veículo foi pintado e totalmente reparado para estar em condições para ser usado como ambulância veículo de transporte.
Pedro Antunes