Câmara das Caldas não sabe as geminações que a cidade tem

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casuloplacacA Câmara das Caldas está a fazer um levantamento nos seus arquivos sobre quais as geminações que estão realmente oficializadas com outras cidades.
“Uma coisa são parcerias que existem com cidades e outra são verdadeiros acordos de geminação. Parece que só nos mais antigos foram mesmo feitos acordos de geminação”, explicou, à Gazeta das Caldas, Tinta Ferreira, presidente da autarquia.
No site do município, contudo, consta a informação de que Caldas da Rainha tem geminações com Poços de Caldas (Brasil), Huambo e Lubango (Angola), Cambo-les-Bains e Raincy (França), Coria e Badajoz (Espanha), Ribeira Grande (Cabo Verde), Dinant (Bélgica), Perth Amboy (EUA) e Figueiró dos Vinhos.
“Não tenho a certeza que sejam todos acordos de geminação conforme a União Europeia determina”, referiu o edil caldense.
Segundo Tinta Ferreira, o que existe com Figueiró dos Vinhos, a última localidade com o qual foi anunciada uma “geminação” em Maio de 2013, é apenas uma parceria.
Recentemente, a 27 de Setembro, o autarca esteve em Figueiró dos Vinhos, na inauguração de uma exposição fotográfica de Mário Lino sobre bicicletas antigas. Deste evento fez parte ainda um passeio daqueles veículos pela vila, promovido em parceria com o Museu do Ciclismo das Caldas.
“Estamos a contribuir com mais uma ‘pedrinha’ na ponte que liga Caldas e Figueiró”, comentou, na inauguração, Mário Lino. O director do Museu do Ciclismo explicou que as fotografias da exposição têm como objectivo mostrar a etnografia nacional. As imagens foram retratadas em Figueiró dos Vinhos com as gentes locais, com o cuidado de preservar para o futuro a história local e os trajes antigos.
Também durante a inauguração desta exposição, Tinta Ferreira sublinhou a “amizade especial” entre os dois concelhos, que começou com o pintor José Malhoa (caldense que passou os últimos anos de vida em Figueiró dos Vinhos, onde acabaria por falecer em 1933) e teve continuidade com o escultor Antonino Mendes (que fez o percurso inverso e faleceu em 2013 nas Caldas).
“São laços que nascem da arte e da cultura”, sublinhou, lembrando o acordo de parceria que ficou estabelecido o ano passado.
O edil caldense salientou ainda o papel de Mário Lino que, considera, “é um autêntico embaixador das Caldas da Rainha” e do Museu do Ciclismo, pela forma como tem também promovido a etnografia.
O presidente da Câmara de Figueiró, Jorge Abreu, que também foi eleito há um ano, tal como Tinta Ferreira, garantiu que é sua intenção reforçar cada vez a ligação com Caldas. “Mário Lino é uma pessoa fundamental para isso”, disse, acrescentando estar entusiasmado pelas actividades que este já propôs ao município.

LA CODOSERA

Uma semana depois, desta vez no Museu do Ciclismo caldense, foi inaugurada uma mostra do qual faz parte um núcleo de trabalhos de La Codosera, uma localidade espanhola que também fez um acordo de parceria com Caldas, na altura denominado de geminação.
Manuel Villes, alcaide de La Codosera, fez questão se deslocar a Portugal para estar presente nesta inauguração, tendo ainda assistido no dia seguinte ao passeio de bicicletas pasteleiras, promovido pela secção de Cicloturismo da Associação de Cultura e Recreio do Campo.
Na cerimónia de inauguração da exposição, o autarca elogiou a relação existente entre portugueses e espanhóis, mas também o que tem sido feito por Mário Lino nessa ligação.
Um elogio partilhado pelo vereador Alberto Pereira, que referiu o papel do Museu do Ciclismo na criação de pontes, na cidade e fora do concelho. “Este intercâmbio entre culturas é muito enriquecedor e só acontece porque há alguém que faz um esforço nesse sentido”, afirmou.
Da mostra fazem parte ainda algumas peças da associação Cultartis e gravuras de aves da autoria de José Inácio Sobrinho.

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Pedro Antunes
pantunes@gazetadascaldas.pt

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