Os restaurantes Casa Antero e Maratona foram os estabelecimentos que mais prémios arrecadaram na 15ª edição do Concurso de Gastronomia das Caldas da Rainha e Óbidos. As ementas apresentadas a concurso – que decorreu entre 5 de Novembro e 4 de Dezembro de 2011 – valeram à Casa Antero um total de sete prémios e uma Menção Honrosa na categoria de Cozinha Tradicional Portuguesa e seis prémios ao Maratona no que diz respeito à Cozinha Internacional.
Este ano foram 16 os restaurantes que puseram os seus pratos e doces à prova num concurso que, mesmo em tempos de crise, quer dar a conhecer o que de melhor se faz nas cozinhas dos restaurantes locais, seja numa vertente mais tradicional, seja mais inovadora.
Em 2010 concorreram 22 restaurantes e no ano passado 18.
Nesta edição a organização decidiu distinguir apenas um vencedor em cada prémio, eliminando os segundos e terceiros lugares que eram habituais na competição. Ainda assim, há também que salientar a prestação da Adega do Albertino, com quatro prémios e uma Menção Honrosa na categoria de Cozinha Tradicional Portuguesa, bem como do Links (Praia d’el Rey), que alcançou dois prémios na Cozinha Internacional.
Numa edição em que houve menos estabelecimentos a competir no concurso da Associação Comercial dos Concelhos de Caldas da Rainha e Óbidos (ACCCRO), foram ainda atribuídos dois prémios que já não eram entregues há seis anos: o prémio Defesa e Elevação da Qualidade Cozinha Tradicional Portuguesa, ao restaurante Cruzeiro, e o prémio Defesa e Elevação da Qualidade Cozinha Internacional, entregue em ex-aequo aos restaurantes Maratona e Links.
A entrega dos prémios, este ano materializados num azulejo da Molde, decorreu no pólo das Caldas da Rainha da Escola de Hotelaria e Turismo, na tarde do passado dia 16 de Fevereiro. Uma ocasião em que o presidente da ACCCRO, João Frade, reforçou a mensagem de que “não podemos baixar os braços, temos de continuar a apostar nas nossas empresas”.
Numa altura de dificuldades, o responsável deixou a garantia de tudo fazer para continuar a levar por diante um concurso com a tónica na “elevação da qualidade do saber fazer e da nossa gastronomia”.
João Frade considerou ainda que os empresários da restauração local são “verdadeiros heróis”, que com os impostos que pagam e o seu trabalho contribuem para melhorar a situação do país. Já António Oliveira, da empresa Pretrab, SA, salientou a aposta na qualidade, o que “pode ser a saída para a actual situação”. Foi feita uma auditoria à área da segurança alimentar nos restaurantes participantes nesta edição do concurso, e os empresários deverão em breve receber os respectivos relatórios.
O director da Escola de Hotelaria, Daniel Pinto, também salientou a importância da aposta na qualidade e na formação num sector que é “importantíssimo para a nossa economia e para a nossa região”. Realçando que o turismo no Oeste assenta nos tourings culturais e paisagísticos, no sol e mar e no golf, o responsável defendeu a gastronomia como “crucial” para fazer a ligação entre todos os produtos turísticos.
Daniel Pinto deixou ainda uma palavra especial para um antigo aluno da escola que agora é chef do Bowling Caldas, um dos restaurantes que participaram na competição. E é nesta situação que quer ver, dentro de algum tempo, os cerca de 200 alunos que frequentam a escola, tanto no pólo das Caldas, como no de Óbidos.
Preocupação quanto ao futuro do Turismo do Oeste
A incerteza quanto ao futuro da Entidade Regional de Turismo do Oeste não foi esquecida nesta cerimónia. O presidente do ainda Turismo do Oeste, António Carneiro, disse estar muito preocupado com a “mais que provável extinção do Turismo do Oeste”.
O responsável, que embora a pouco tempo da reforma não desiste de lutar pela manutenção de uma identidade turística regional, acusou a secretária de Estado do Turismo, Cecília Meireles, de estar a ser “tendenciosa” no processo de reorganização das entidades do sector. “Nós temos tentado unirmo-nos com o Ribatejo em defesa de um território que tivesse pelo menos alguma coerência, mas temo que possa ser uma guerra perdida”, disse.
Para António Carneiro, a junção do Oeste com a Grande Lisboa “será o esmagamento final”, deitando por terra “20 anos de grande entusiasmo de trabalho e de grande união com as empresas”. O responsável disse contar com a solidariedade dos empresários da restauração no protesto contra a intenção do governo. Uma luta para na qual quer também ver envolvidos os autarcas locais e os deputados eleitos à Assembleia da República, aos quais já enviou uma carta com “um grito de angústia”.
António Carneiro recusa-se a baixar os braços e diz manter alguma esperança “de que possamos conseguir uma vitória por muito pequena que seja para salvaguardar a nossa marca”.
Para o presidente da Turismo do Oeste esta incerteza torna ainda mais negra a nuvem que já se abate sobre o sector da região, que se vê perante um ano “muito complicado”. António Carneiro diz que há unidades que no passado mês de Janeiro registaram quebras de 70% relativamente ao mesmo período do ano anterior e diz que os operadores ainda não estão a receber reservas para a época alta, o que não é habitual.
“Vai ser um ano complicado porque os nossos principais mercados emissores também não estão bem”, lamentou.
Quem também se mostrou preocupado com esta indefinição no sector do turismo foi o vereador do Turismo da Câmara das Caldas. Hugo Oliveira diz que “depois de tantos anos a lutar pela marca Oeste e quando esta se consegue afirmar, não podemos levar esta machadada”. Para o autarca, é fundamental que a região mantenha uma marca própria, revelando-se assim contra a decisão da secretária de Estado, Cecília Meireles.
Hugo Oliveira disse saber que “os proprietários têm sentido muito a crise”, mas garantiu que a autarquia não está parada. “Vou reunir com as operadoras que estão na Bolsa de Turismo de Lisboa e tentar perceber porque não param nas Caldas com tanta intensidade como faziam antes”, disse. O vereador disse ainda acreditar que as obras que vão decorrer no centro da cidade, e que vão permitir uma melhor circulação pedonal e uma “cidade mais atractiva”, podem ajudar o comércio e a restauração.
Os Premiados
Cozinha Tradicional Portuguesa
– Melhor Sopa: Casa Antero e Zirita (ex-aequo)
– Melhor Entrada: Adega Albertino e Casa Antero (ex-aequo)
– Melhor Prato: Adega Albertino e Casa Antero (ex-aequo)
– Melhor Sobremesa: Casa Antero
– Melhor Cozinheiro: Casa Antero e Adega Albertino (ex-aequo)
– Troféu Melhor Ementa: Casa Antero
Cozinha Internacional
– Melhor Sopa: Maratona
– Melhor Entrada: Links
– Melhor Prato: Maratona
– Melhor Sobremesa: Maratona
– Melhor Cozinheiro: Maratona
– Troféu Melhor Ementa: Maratona
– Prémio Defesa Cozinha Tradicional Portuguesa: Casa Antero
Menções Honrosas: Adega do Albertino e O Selim
– Prémio Doçaria Tradicional Portuguesa: Real Taberna
Menções Honrosas: Adega Velha, Bowling Caldas, O Selim
– Prémio Qualidade Regional: Adega Albertino
Menções Honrosas: Casa Antero, O Cruzeiro, Taverna da Bica
– Prémio Defesa e Elevação da Qualidade Cozinha Tradicional Portuguesa: O Cruzeiro
– Prémio Defesa e Elevação da Qualidade Cozinha Internacional: Maratona e Links
Joana Fialho
jfialho@gazetadascaldas.pt
Senhor vereador, aceite um conselho grátis: vá dar uma volta.
Vá andar por aí e veja o estado de porcaria e de abandono em que o concelho se encontra e a miséria de promoção turística desse sultanato que é o “Turismo do Oeste”. Saia do seu gabinete e das suas festividades “brancas” e meta-se à estrada. Vá e veja. A realidade que a falência da gestão camarária sua e dos seus camaradas nos deixa não é a colecção de fotografias bonitinhas com que enfeita o seu site.
E se depois continuar a não conseguir “perceber”… bom, a situação é mais séria mas acredito que umas férias de quatro anos, ou mais, dos afazeres camarários poderão ajudar.
o-das-caldas.blogspot.com/2012/02/o-senhor-vereador-va-dar-uma-volta.html