A trabalhar há três meses nas Caldas, em frente ao Colégio Rainha D. Leonor, o comando sub-regional do Oeste, que é dirigido pelo obidense Carlos Silva, ainda tem muito para crescer, mas já tem trabalho para mostrar
Funciona nas Caldas, desde janeiro, o Comando Sub-regional de Emergência e Proteção Civil do Oeste. Fica na cidade termal, em frente ao Colégio Rainha D. Leonor, a central de todo o socorro do Oeste.
O trabalho aqui realizado é simples (de explicar!): receber todas as chamadas de socorro da região e depois encaminhar os meios necessários.
A funcionar há apenas três meses, o Comando, que é liderado pelo obidense Carlos Silva, já tem trabalho para mostrar. Nos primeiros meses têm procurado reunir “com todas as entidades que concorrem para o socorro no Oeste”, nomeadamente, os corpos bombeiros, com quem têm reunido mensalmente (além de outras reuniões intercalares, por exemplo, para preparação de formação ou do dispositivo de combate a incêndios), mas também os Serviços Municipais de Proteção Civil (para uniformizar procedimentos, até porque seis municípios são distrito de Leiria e seis de Lisboa).
“A receção tem sido bastante boa da parte dos municípios, a proximidade e a coincidência com a área geográfica da Comunidade Intermunicipal do Oeste traz-lhes mais-valias, tanto a nível operacional, como a nível destas questões mais burocráticas e que envolvam o poder político local”.
Já da parte dos corpos de Bombeiros, Carlos Silva admite que “estavam muito habituados à organização por distrito”, mas realça que “a metodologia, a nível operacional, é a mesma, no entanto, o reporte, em vez de ser para Leiria ou para Lisboa é para Caldas da Rainha, para o Comando Sub-Regional do Oeste”.
A preparação do Carnaval (especialmente em Torres Vedras) e do Campeonato do Mundo de Surf, em Peniche, entre outros eventos de menor escala, foram momentos de planificação intensa. “Tiveram mais impacto ao nível do planeamento”, admite.
Carlos Silva ainda não reuniu com os presidentes de Câmara, mas irá fazê-lo no final deste mês de abril, numa reunião do Conselho Intermunicipal em que irá apresentar aos autarcas um balanço do trabalho realizado.
“O programa sub-regional de gestão de fogos rurais, que ainda não está fechado, aproxima os serviços”, defende, notando também que estão “a tentar unir esforços para uma candidatura da subregião a fundos comunitários”, ao invés de várias candidaturas individuais. O objetivo é simples: evitar duplicação de equipamentos que têm utilizações esporádicas. “Estamos a analisar as necessidades da sub-região como um todo para depois munirmos os corpos de Bombeiros com material diferenciado, em que numa eventual necessidade, seria mobilizado”. É que estes “são equipamentos muito caros e que muitas vezes, felizmente, têm utilizações esporádicas, mas necessitam sempre de manutenções. “É uma tentativa de gerir de uma melhor forma”.
15489 ocorrências em 3 meses
Num balanço dos primeiros meses, Carlos Silva refere que “tem sido trabalhoso, mas tem dado imenso gosto”. Tem atualmente “uma equipa motivada, porque tudo isto é novo e somos todos desta região, sentimos que é um pouco nosso e que estamos a trabalhar na salvaguarda das nossas gentes e da nossa região”.
O responsável afirma que o Comando tem estado “a responder de acordo com as necessidades” e frisa que “felizmente não tivemos ocorrências muito significativas”. A média de ocorrências mensal é de 5100. “Estamos no top10 de sub-regiões com mais ocorrências”. Foram 15489 chamadas recebidas em três meses. A maioria, cerca de 90%, foram ocorrências de emergência pré-hospitalar, seguindo-se os acidentes rodoviários.
Os incêndios urbanos preocuparam durante o inverno e, agora, a preocupação é com os incêndios rurais, que já começaram na região, ainda que de pequenas dimensões. Áreas como Montejunto, parte da Serra dos Candeeiros e também do pinhal de Valado dos Frades são particularmente sensíveis e, portanto, alvo de maior vigilância e preocupação.
Torres Vedras é o concelho com mais ocorrências, com mais de 700 por mês, seguindo-se os municípios de Caldas e de Alcobaça, por essa ordem, com mais de 500 cada um.
Por outro lado, os concelhos de Sobral de Monte Agraço e Arruda dos Vinhos, com mais de uma centena de chamadas por mês, são os que registam menor número de ocorrências.
Este Comando tem apenas dois veículos, uma vez que a maior parte do trabalho é realizado na central telefónica e de vigilância.
No Comando, que abrange uma área de 12 municípios com 16 corpos de Bombeiros, alguns dos quais com secções noutras localidades, trabalham atualmente 16 pessoas, 14 operadores (o dobro do que tinham inicialmente), o Comandante e o Sub-Comandante. Na sua plenitude terá 27 pessoas, juntando mais seis operadores, três técnicos superiores (um na área do planeamento e dois na área de segurança contra incêndios em edifícios e ainda dois assistentes técnicos para a área administrativa). A central funciona 24 horas por dia, sete dias por semana.
As obras de ampliação, espera o comandante, estarão prontas no final do verão. “O concurso já está terminado”, esclareceu, aguardando-se agora o início da obra. “É um dos maiores constrangimentos e gostaríamos de no verão já ter o espaço ampliado e com as condições desejadas, mas vamos dar resposta, o socorro está em primeiro lugar e não pode falhar, independentemente de o espaço ser maior ou menor, vai funcionar bem”!”, exclamou.
Depois da ampliação física, será possível expandir a equipa, com a criação dos gabinetes para os técnicos superiores e os assistentes administrativos.
Baseando-se na sua experiência e no conhecimento do território, por exemplo, no norte do distrito e no interior, Carlos Silva acredita que a sub-região do Oeste “vai mais ajudar os outros do que importar ajuda”. ■