Chaves digitais Fechaduras inteligentes ganham adeptos

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Ir com as compras na mão e, ao chegar a casa, a porta abrir-se automaticamente, é uma comodidade que está ao alcance de todos os consumidores

O ditado popular ‘casa roubada, trancas à porta’ é esclarecedor sobre a segurança do lar, pelo que os consultores aconselham a dar prioridade à porta de casa. Às tradicionais fechaduras, cujo grau de evolução tem sido uma constante, juntaram-se, mais recentemente, as fechaduras ‘inteligentes’, em que a componente eletrónica é a base principal da inovação.
Uma seguradora fez o resumo das propostas das fechaduras mais inteligentes para manter a casa segura e as soluções abrangem impressões digitais biométricas, ‘bluetooth’ e ‘wi-fi’, cartão e teclados. O principal objetivo passa por combinar a máxima segurança ao conforto adicional para o consumidor. Contudo, há sempre como recurso final à utilização da chave tradicional, caso surja um contratempo que impeça funcionar a componente eletrónica, dado que a maioria destas soluções implica a manutenção da fechadura tradicional.
Comecemos pelas fechaduras com recurso a impressões digitais biométricas, que são ativadas com a impressão digital da pessoa, não havendo necessidade de se recorrer a chaves ou a ‘passwords’ ou códigos. Não há necessidade de se preocupar com passwords ou perder as chaves. Há soluções no mercado em que as fechaduras biométricas conectam-se com produtos domésticos ‘inteligentes’, incluindo luzes, sistemas de som e termostatos, através da conectividade permitida pela internet. Quanto à solução ‘bluetooth’ e ‘wi-fi’, não exige chave ou código de acesso na porta, sendo que a abertura é proporcionada através de uma aplicação no telemóvel que procede à sua abertura. Já quanto à solução da fechadura cartão, envolve uma chave física mais fácil de guardar numa carteira ou bolso. Utiliza o sistema ‘RFID’, que permite ao utilizador o acesso através de um comando remoto ou cartão, tendo a maioria das soluções no mercado um dispositivo de bloqueio secundário no caso de se perder o cartão. Por fim, há as fechaduras de teclado, já em desuso, que usam teclados sensíveis ao toque para acesso. Há sistemas no mercado que incluem a função de resistência às impressões digitais para garantir que os números não possam ser detetados após o uso repetido.

Como se trata de uma solução eletrónica há clientes que pensem que seja mais barata. Mas não é bem assim

Para Óscar Baptista, da empresa caldense Joaquim Baptista, Lda, os consumidores ainda estão a procurar assimilar as vantagens de investirem numa fechadura inteligente, em detrimento das tradicionais. “É um mercado que está em fase de expansão porque, em comparação com uma fechadura normal, cujo custo varia entre 20 e 200 euros, para apenas uma porta, um sistema inteligente pode custar cerca de 400 euros”, refere aquele responsável.
Tendo o equipamento à venda há relativamente pouco tempo, “a procura tem vindo a crescer porque as pessoas gostam de ver e comentam a inovação e a sua utilização”, adiantou.
A maioria das portas blindadas já instaladas, em moradias e apartamentos, se possuírem um cilindro de perfil europeu, podem acoplar o equipamento eletrónico à fechadura já existente. O dispositivo, um punho robotizado, é aplicado no lado de dentro da porta e funciona com uma pilha. “Não precisa de mais nada. Para aquilo que faz tem uma enorme simplicidade!”, explica. Desta forma, deixa-se andar com as chaves no bolso e recorre-se apenas ao telemóvel para entrar em casa. “É útil para quem tenha uma empregada de limpeza, que pode limitar a sua entrada, por exemplo, a dois dias por semana, num determinado período horário”, sugere.
Amador Fernandes, da Casa Fernandez, enquanto especialista, aconselha os consumidores a optarem pela ‘porta inteligente’. Já chegaram ao mercado novos leitores que assumem uma distância de sete metros, tal como nos automóveis.
“Há ainda muito terreno para desbravar. As pessoas vão-se apercebendo que o produto funciona e começam a procurar”, frisa o empresário caldense à Gazeta. Mas alerta que estas são “soluções robustas” para o consumidor, quando são bem instaladas. E comprar ‘online’, no seu entender, está fora de questão, porque não se brinca com a segurança. “Se o trabalho for feito por curiosos, a coisa vai correr mal. As pessoas devem deslocar-se a uma casa da especialidade, cujos técnicos explicarão qual a melhor solução para cada caso”, recomenda.
A segurança começa com a porta de casa. “As pessoas têm que perceber que não podem continuar a usar a mesma fechadura eternamente. Nesse período já mudaram várias vezes de carro ou de máquina de lavar roupa, pelo que há uma mentalidade que é preciso mudar! Muitas vezes há assaltos porque deixa-se a fechadura ir ‘ao limite’. Deve ser uma preocupação de fazer a sua atualização’”, adverte o empresário.