O aumento da capacidade de internamento, a criação de novos espaços para atendimento de doentes e um reforço de recursos humanos é a resposta do CHO, através do seu Plano de Contingência de Saúde Sazonal, para tentar resolver o aumento de afluência às Urgências. Nas Caldas o serviço esteve sobrelotado durante três dias.
O serviço de Urgência do Hospital das Caldas da Rainha esteve sobrelotado entre os dias 5 e 8 de Outubro, “estando neste momento controlada”, disse a presidente do conselho de administração do CHO, Elsa Baião, à Gazeta das Caldas. A Urgência Geral, conta com um total de 11 camas em S.O. e capacidade física para 20 macas. Para além destas valências, atualmente, o serviço dispõe ainda de uma área dedicada covid-19 (zona de triagem respiratória), com capacidade para 12 doentes.
Nos dois outros hospitais que compõem o CHO, Peniche e Torres Vedras, a situação nas urgências “tem estado controlada”. No caso concreto de Peniche, a Urgência não dispõe de área dedicada Covid-19, pelo que os doentes são encaminhados para a unidade das Caldas da Rainha.
De acordo com Elsa Baião, o conselho de administração do CHO já elaborou e aprovou o seu Plano de Contingência de Saúde Sazonal – Módulo Inverno e Covid-19 (2020-2021), que prevê um aumento da capacidade de internamento, a criação de novos espaços para atendimento de doentes e um reforço de recursos humanos. Numa primeira fase está previsto um reforço de recursos humanos para colmatar o aumento de episódios de urgência, de 8 médicos, 14 enfermeiros e 14 assistentes operacionais.
“A obra não poderá ficar suspensa até ao final da pandemia”
Elsa Baião
De recordar que o hospitalar das Caldas teve o internamento da Urgência sobrelotado e que apenas os doentes que ali chegavam pelos seus próprios meios eram atendidos. No caso em que era chamado o INEM, os doentes eram desviados para outras unidades, por decisão dos Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU).
A situação levou os deputados do PSD eleitos por Leiria a questionar a ministra da Saúde, Marta Temido, sobre a sobrelotação daquele serviço de urgência e que medidas tenciona o governo adotar para aumentar a capacidade de atendimento daquele serviço e em que prazos. Querem ainda saber qual o reforço de pessoal necessário para a unidade das Caldas, especialmente para o serviço de urgência e para quando está prevista a vinda desses profissionais.
Os deputados sociais democratas questionaram ainda a governante sobre a data prevista para a conclusão da obra de remodelação e ampliação do serviço de urgência médico-cirúrgica do hospital das Caldas. À Gazeta das Caldas, a presidente do CHO, Elsa Baião, esclareceu que aguarda, “por parte do empreiteiro, indicação da data de retoma da obra”, mas que esta não poderá ficar suspensa até ao final da pandemia. Para tal, o CHO “está a desenvolver o procedimento necessário para aquisição de uma unidade modular, que permitirá alargar transitoriamente o espaço disponível”, explica.
De acordo com a responsável, a obra de reabilitação do novo serviço de urgência foi suspensa há meses devido à pandemia, por impossibilidade de disponibilizar o espaço ocupado com o covidário, bem como para proteger os profissionais do empreiteiro do risco de contágio.
Necessidade de obras de ampliação
O presidente da Câmara, Tinta Ferreira, insiste na necessidade de obras de ampliação no hospital das Caldas e já pediu uma audiência à ministra da Saúde, Marta Temido, para abordar o assunto. De acordo com o autarca, o novo Hospital do Oeste, caso se venha a concretizar, demorará no mínimo uma década, e as atuais condições já não são as adequadas.
A Câmara já fez chegar ao ministério a disponibilidade para o estabelecimento de um protocolo em que se compromete a investir 300 mil euros na requalificação do sector da Obstetrícia. Este ainda ainda não foi firmado porque a tutela sugeriu algumas alterações que estão a ser incluídas no documento. Para além disso, “é necessária a requalificação de todo o espaço hospitalar, há que acabar com os contentores e permitir alguma ampliação”, disse o autarca, fazendo notar que o município não tem que substituir a administração central naquilo que é a sua missão. “Precisamos que o governo olhe para este problema e faça alguma coisa. A sensação que dá é que no Oeste não se fala no processo da saúde hospitalar”, denunciou.
Tinta Ferreira lembrou ainda que está para aprovação o concurso público e caderno de encargos para a realização de um estudo para avaliar os cuidados de saúde hospitalar na região, que espera que seja abrangente. “O resultado poderá passar por várias soluções, como a criação de um ou mais hospitais ou a requalificação dos existentes”, conclui.