Claudina Chamiço e produtos de S. Tomé e Príncipe em destaque nas Caldas em Setembro

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“Das Caldas da Rainha a S. Tomé e Príncipe pela Rua Claudina Chamiço”, é o título do projecto que o caldense Mário Lino está a preparar para ter lugar em finais de Setembro.
Dedicada à cidade termal e a S. Tomé e Príncipe, esta iniciativa está integrada nas comemorações do I Centenário da República, e pretende “retratar” a obra de Claudina Chamiço (que deu o nome à popular rua caldense do bairro da Ponte), assim como a realidade social e política dos finais do século XIX e inícios do século XX daquele arquipélago do Golfo da Guiné.
Durante uma semana de eventos será dado destaque ao café e cacau  e aos  seus derivados, uma vez que a homenageada possuía a roça Monte Café na ilha de S. Tomé.
A apresentação pública do projecto foi feita, no passado dia 11 de Junho e contou com a presença do empresário e professor santomense Célio Santiago, que também participa no projecto.
Pela primeira vez nas Caldas, apesar de conhecer bem Portugal, Célio Santiago disse ter “abraçado” o evento logo que Mário Lino o contactou, depois de ter tido conhecimento da sua empresa através da internet. Esta, denominada Mezochi, produz licores de café, ananás e cacau, assim como doces e compotas e o empresário deixou desde já a garantia de que irá agora contactar com o transitário para transportar os referidos produtos para o evento.
Célio Santiago é também candidato à Câmara de Trindade, a segunda maior cidade de S. Tomé e Príncipe, cujas eleições irão decorrer a 25 de Julho. A visita às Caldas funcionou também como  intercâmbio, com o presidente da Junta de Freguesia de Santo Onofre, Abílio Camacho, a deixar desde logo a disponibilidade de partilhar algumas boas práticas com o seu futuro colega autarca.
O também presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários das Caldas mostrou disponibilidade para protocolar algumas realizações com os bombeiros de Trindade, bem como a possibilidade de oferecer uma ambulância usada para S. Tomé.
Abílio Camacho deu ainda o exemplo de Huambo, a cidade angolana com a qual as Caldas tem uma geminação e onde já construiu uma escola.
Mário Lino recordou que a ligação de Claudina Chamiço às Caldas começa com o seu testamento, em 1913, altura em que deixou à cidade quatro mil escudos (cerca de 20 euros), para a construção de um balneário destinado a leprosos nas Águas Santas.
No ano seguinte a autarquia decidiu atribuir o nome da benemérita a uma rua do Bairro da Ponte, “aquela que na altura era a última rua das Caldas e ligava a cidade ao balneário”, revelou Mário Lino, especificando que o próprio balneário era apelidado de Claudina Chamiço.
Nascida no Porto em 1822, foi também proprietária da Roça Monte Café, em S. Tomé e Príncipe, que “tem muito café e está a ser gerida pelo mecânico do Presidente da República”, contou Célio Santiago.
O projecto idealizado por Mário Lino conta com o apoio da Câmara das Caldas, Juntas de Freguesia de Santo Onofre e Nossa Senhora do Pópulo, ACCCRO, Mercearia Pena, Museu do Ciclismo e grupo Mezochi (S. Tomé e Príncipe).

Fátima Ferreira
fferreira@gazetadascaldas.pt