Na sexta-feira, 20 de Maio, quando o Colégio Rainha D. Leonor tinha planeado mais um protesto, foi tornada pública a lista dos colégios que deixarão de receber financiamento estatal para a abertura de turmas de início de ciclo (5º, 7º e 10º anos) no próximo ano lectivo.
São 39 e o Colégio Rainha D. Leonor é um deles. A divulgação desta medida transformou a caminhada numa verdadeira manifestação: cerca de 250 alunos, professores, pais e funcionários circularam pela cidade vestidos de amarelo, exibindo cartazes e gritando pela manutenção das turmas nesta escola. Foi inclusive feita uma paragem em frente aos Paços do Concelho.
Segundo a direcção do Colégio, a não abertura de 12 novas turmas (que representa menos 570 alunos a frequentar este estabelecimento de ensino) no ano lectivo 2016/2017 implica para o Colégio a perda de quase um milhão de euros (966.000 euros) e o risco de despedimento de 15 professores e quatro funcionários. Para o dia 29 de Maio está agendada uma manifestação nacional em Lisboa, às 15h00, promovida pelo Movimento “Defesa da Escola Ponto”.
Já o Colégio Frei Cristóvão, em A-dos-Francos, integra a lista dos 21 estabelecimentos de ensino que não sofrerá qualquer mudança. Isto é, manterá a sua oferta de turmas no próximo ano lectivo.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Câmara, Tinta Ferreira, disse “discordar da forma como o processo foi conduzido”, defendendo uma gradual redução do financiamento público ao Colégio Rainha D. Leonor. O autarca manifestou-se também preocupado com a possibilidade de fecho do Colégio (dentro de dois anos), afirmando que “a escola pública não tem capacidade para receber em condições as suas actuais 35 turmas”.
Tinta Ferreira disse já ter pedido uma audiência ao ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, para solicitar que a rede possa ser ajustada.