
A Comissão de Utentes “Juntos pelo Nosso Hospital”, das Caldas da Rainha, a Comissão Municipal de Acompanhamento do Hospital de Peniche e a Comissão de Utentes de Saúde de Torres Vedras querem ser recebidas em audiência pelo ministro da Saúde, Paulo Macedo, e que este venha ao terreno conhecer a realidade que se vive nos hospitais da região.
O pedido foi feito na passada semana, quando as três comissões deram a conhecer à tutela o manifesto que assinam em conjunto, como Plataforma Oestina de Comissões de Utentes de Saúde, contra a reorganização hospitalar da região que está em curso.
No documento – a que as comissões chamaram “Saúde, um valor único! Em defesa da equidade no acesso aos cuidados hospitalares no Oeste” – diz-se que situação que se vive actualmente na região é “alarmante” e dá-se conta de uma “completa desarticulação dos serviços que, nalguns casos, atinge mesmo o patamar de ruptura iminente”. A degradação da qualidade do atendimento e o comprometimento da capacidade de resposta das unidades hospitalares, “progressivamente descapitalizados de meios e recursos humanos” são alguns dos problemas apontados pelas comissões. Por isso, “é preciso travar de imediato este estado de coisas, dizendo um rotundo não ao desmantelamento de respostas, quando não há alternativas, nem sequer estratégias para as definir”.
Admitindo que são necessárias mudanças que permitam rentabilizar recursos, a plataforma apela à “criatividade e inteligência nas soluções e não uma terraplanagem orçamental que derrube e asfixie o regular funcionamento daquilo que existe e que tanto custou a erguer”. As comissões apelam à reflexão com a participação das populações e à definição de efectivos mecanismos de articulação e sinergias que garantam uma resposta adequada às populações. “Para isso é preciso parar imediatamente com o esvaziamento de condições de funcionamento a que têm sido sujeitas as diferentes unidades hospitalares. Antes que seja tarde demais”, alertam.
Por fim, a recentemente criada plataforma diz que as populações “não aceitarão medidas que ofendam a equidade com que se espera que sejam tomadas, e ainda menos aceitarão que se atire o Serviço Nacional de Saúde para o fundo da história”.
Joana Fialho
jfialho@gazetadascaldas.pt