Dezenas de voluntários, de todas as idades, juntaram-se para pintar o Palácio Real
No sábado, 28 de setembro, o Museu do Hospital e das Caldas e o coletivo Casa Abaixo organizaram uma ação aberta com o intuito de pintar o Museu e, desta forma, devolver a dignidade aos edifícios que estavam grafitados. Desde cedo e munidos de trinchas, tintas e baldes meteram mãos à obra. A responsável do museu, Dora Mendes contou que esta ação de limpeza já estava acertada com o coletivo Casa Abaixo, que realiza exposições e uma das festas do Caldas Late Night. “Temos muito carinho por este espaço e como este se tem vindo a deteriorar por causa do vandalismo, viemos ajudar a recuperá-lo”, disseram Tiago Querido e Francisco Montargil, caldenses de 26 e 25 anos que são produtores da Casa Abaixo. Têm agências de comunicação e de produção de audiovisuais e dizem que são um dos locais com mais afluência do CLN pois inclui mostra de artes e festa. “Quisemos sensibilizar toda a gente para a preservação do património. Tem sido um sucesso!”, remataram.
Além destes jovens vieram também muitas crianças, acompanhadas pelos pais e avós, que habitualmente participam nas oficinas educativas que decorrem durante o ano. “As crianças entendem que aquele espaço também é deles”, disse Guilhermina Moura, uma das responsáveis das oficinas. E quando se falou que era preciso cuidar do museu “prontificaram-se logo para vir ajudar”. Participaram “pintores” com idades com idades entre os cinco e os 12 anos.
Maria José Ramos foi uma das voluntárias que veio pintar o museu. “Creio que a comunidade tem o dever de manter o seu património e não vale a pena apontar o dedo. É preciso ajudar”, referiu a participante que auxiliou nas várias tarefas. Suellen Retrande veio estudar para a ESAD.CR, soube por uma amiga e quis vir participar nesta ação de voluntariado. Veio estudar Design de Espaços e esta foi também a oportunidade de ver conhecer esta zona da cidade. João Pedro Ferreira, 27 anos, veio pintar pois viu o anúncio do evento no Instagram. “Se houver mais, vou voltar. Temos que participar”, referiu o jovem. Também de trincha em punho estava Frederica Barreto, estudante de Belas Artes em Lisboa. A caldense, de 21 anos, já veio expor aos eventos da Casa Abaixo e, como tal, “é necessário que todos possamos ajudar a recuperar a casa que também nos acolhe”, rematou. Durante o evento, à hora do almoço, os vizinhos da frente vieram trazer pizzas para oferecer aos participantes. Esta ação teve o apoio das Tintas 2000, Rogério e Linto e Carvalho e Maia ofereceram tintas e materiais de pintura
da União de Freg. de N. Sra. Pópulo, Coto e S. Gregório, as alcatifas para cobrir o chão, o Município Caldas, fez a lavagem das paredes com máquina de pressão. Também rebocou a parede de frente do Museu junto à Igreja do Populo, apesar desta ação não ter feito parte da intervenção.
Os restantes materiais foram adquiridos pela ULSOeste. A iniciativa realizou-se no âmbito das Jornadas Europeias do Património. ■