O concerto da fadista, com os jovens da banda Tocándar, fechou o feriado municipal com milhares de pessoas
A fadista Cuca Roseta atuou no antigo parque de bicicletas do Parque D. Carlos I na tarde de domingo, 15 de maio, “encerrando” o feriado municipal com chave de ouro. Milhares de pessoas fizeram questão de marcar presença no concerto, que juntou a conceituada artista com os Tocándar, um projeto iniciado na Marinha Grande há 22 anos pelo maestro Paulo Tojeira, que levou a palco 27 jovens entre os oito e os 32 anos.
“Barco Negro” deu início ao espetáculo, que passou pela “Gente da Minha Terra” e que, junto ao Museu de José Malhoa, não podia deixar de trazer também o “Fado Malhoa”, num dos grandes momentos da tarde. O “Fado das Caldas”, que fez questão de cantar, com a ajuda do público, foi outro ponto alto, antes de um medley para dar a conhecer diferentes regiões do país. “Caldas é a minha segunda casa, estou muito feliz de estar aqui”, afirmou a fadista durante a atuação, mas foi já no final que deixou o seu testemunho do amor às Caldas que leva consigo. “Fiquei tão sentida de o presidente da Câmara me ter dito que eu era um pouco caldense, sou mesmo, assim me sinto, porque cresci nesta cidade e há muitos anos que é a terra da família da minha mãe, dos meus avós, bisavós e trisavós e a minha também”, afirmou, acrescentando que foi um “concerto inacreditável”, num lugar que tanto lhe diz. “Nunca imaginei eu, na minha feliz infância, quando descia no escorrega ou passeava de barco, no lago dos patinhos, como eu lhe chamava, que um dia ali estaria a cantar para este mar de gente”.
Sérgio Sousa, que mora nas Caldas, veio ao concerto com a esposa. “Gosto da artista, mas não gostei do concerto, porque o palco estava muito baixo, não dava para ver nada, e a acústica também não foi bem pensada”, afirmou. Comparando com os concertos da Frutos, por exemplo, disse que nunca sentiu esta dificuldade, mas que neste caso, na zona mais afastada do palco “não se via e não se ouvia nada”. Sérgio Sousa, que costuma ir aos concertos do 15 de maio na avenida, considera ainda assim que o Parque D. Carlos I é uma boa aposta, mas defende que as condições devem ser melhoradas. “Era para ter ido aos dj’s ontem, mas acabei por não conseguir. Acho que é uma ideia interessante existir essa opção mais para a juventude, mas talvez seja muito deslocado do centro da cidade, penso que poderia acontecer, por exemplo, aqui no parque”.
Já Madalena Liberato veio com a mãe, com o mesmo nome, do Cadaval para verem a Cuca. “Gostamos muito da artista e tenho acompanhado os concertos dela, gostei desta atuação, foi muito boa e a interação com o grupo de jovens foi espetacular”, resumiu.
Festa no Abraço Verde
O dia 15 de maio iniciou-se em festa no Abraço Verde, junto ao Complexo Desportivo. Ainda na noite de dia 14 tinha atuado naquele espaço a banda Caim, já depois de um concerto da Orquestra do Monte Olivett no tabuleiro da Praça da Fruta. Pela meia-noite ouviam-se no Abraço Verde os sons do dj Tiago M, seguindo-se a sempre aguardada atuação dos Beatbombers, os dj’s caldenses campeões do mundo, Ride e Stereossauro, que teve início pela uma hora da madrugada.
A criação desta oferta festiva, mais direcionada para a juventude, foi alvo de muitos elogios, assim como a escolha dos artistas para animar a festa, mas a curta duração do evento foi um dos pontos apontados pelas várias pessoas com quem fomos falando como algo a melhorar para futuras edições, assim como a escassa oferta ao nível do bar, com longas filas, e ao nível da disponibilidade de casas de banho. A localização, afastada do centro, também não foi consensual. ■