No encontro foi revelado que o consumo de antidepressivos duplicou nos últimos três anos em Portugal |Isaque Vicente
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Os cuidados de saúde mental devem ser prestados nos cuidados primários, ou seja, nos centros de saúde, aproximando-os da população. E devem também resultar de um trabalho em rede entre várias instituições. Estas as duas principais conclusões do II Encontro de Saúde Mental do ACeS Oeste Norte que se realizou no dia 13 de Outubro na ESAD sob o mote “Pensar a saúde mental, não vá o diabo tecê-las”.
Se tivermos em conta que um em cada cinco portugueses sofre de uma doença mental, percebemos que dificilmente algum de nós não lidou já, de uma forma directa ou indirecta, com elas.
Se nos recordarmos que entre 2012 e 2014 Portugal foi o país da UE onde mais se consumiram ansiolíticos, sedativos e hipnóticos, numa escala de 33% superior ao segundo país (Espanha), e que em 2016 o consumo de antidepressivos em Portugal duplicou face a 2013, chegando aos 30 milhões de embalagens dispensadas, percebemos que este é um problema grave que o país tem em mãos.
A nível local, e segundo Ana Pisco, directora do ACeS Oeste Norte, “a depressão é o terceiro motivo mais frequente de consulta e a ansiedade o oitavo”. Em termos de mortalidade por suicídio, a taxa é superior no ACeS Oeste Norte em relação à média da ARSLVT (onde o ACeS se insere).
Ana Pisco diz que no Oeste a depressão e a ansiedade são dos principais motivos de consulta médica |Isaque Vicente
Ana Pisco esclareceu que apesar de no primeiro semestre deste ano se ter verificado uma diminuição no consumo de medicamentos, “perspectiva-se um aumento de 3%” até ao fim de 2017. A responsável considerou que o consumo exagerado destes medicamentos “é um problema de saúde pública”.
A directora do ACeS defende que os cuidados de saúde mental devem ser prestados nos centros de saúde, mais próximos da população. Algo que Teresa Maia, coordenadora regional do Gabinete de Apoio Técnico de Saúde Mental da ARSLVT apoiou.
O facto de o médico de família ser uma pessoa conhecida e de confiança, de poder identificar os sintomas iniciais e tratar a maioria dos casos, são algumas das razões que suportam esta ideia.
Por outro lado, Teresa Maia realçou a necessidade de trabalhar em rede com as várias instituições, tanto médicas como escolares, segurança social, forças policiais, entre outras. Algo que já tem acontecido de forma informal nas Caldas e que se procura implementar de maneira mais institucional.
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PROTOCOLO PROTEGE MAIS DESFAVORECIDOS
Teresa Goldschmidt, directora do serviço de Psiquiatria e Saúde Mental da Infância e Adolescência do Hospital de Sta. Maria apresentou o protocolo “Saúde Mental I&A no Oeste” (assinado em 2016 entre o seu hospital e o CHO) que se destina a crianças e jovens, bem como a agregados familiares com insuficiências económicas, ou elevado risco psicossocial.
O objectivo é melhorar o acesso dos utentes aos cuidados de saúde mental, que desta forma podem ter consultas no Oeste, em vez de gastarem tempo e dinheiro a ir para Lisboa.
Nas Caldas e em Peniche as consultas começaram em Fevereiro deste ano. Na primeira já se realizaram 62 e na segunda 43. A equipa é composta por dois psiquiatras da infância e adolescência, uma enfermeira de saúde mental e uma assistente social e há dois períodos consulta, de quatro horas cada um, por mês.
Cristina Lopes, psicológa clínica do ACeS Oeste Norte, deu a conhecer que o projecto Envelhecer com Qualidade teve pouca adesão, mas deverá ser retomado este ano.
O último painel serviu para as autarquias darem a conhecer as respostas que dão aos seus munícipes em termos desportivos, culturais e sociais.
No fim dos trabalhos, Ana Pisco admitiu a possibilidade de trabalharem “sob o chapéu da OesteCIM”.
Internamentos psiquiátricos em Peniche em 2018
Patrícia Frade, coordenadora do serviço de Psiquiatria e Saúde Mental do CHO, questionou se a curto e médio prazo está previsto que a especialidade venha para as Caldas.
Teresa Maia, coordenadora regional do Gabinete de Apoio Técnico de Saúde Mental da ARSLVT, respondeu afirmativamente: “a coordenadora geral e a ARS entendem que esse serviço deve ser criado”. E António Curado, director clínico do CHO, anunciou que serão criadas nove camas para internamentos psiquiátricos em Peniche no próximo ano. Além disso, divulgou que o CHO pediu a abertura de 50 novas vagas de médicos na primeira época, entre as quais uma de Pedopsiquiatria.
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