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Na aldeia sustentável encontramos Andreas Strepenick, jornalista alemão que há largos anos faz férias nas Caldas da Rainha. Desta vez decidiu viajar de… bicicleta. Foram 2314 quilómetros, percorridos em 24 dias com a ajuda de duas baterias eléctricas da Bosch com autonomia média de 70 quilómetros. Há 16 anos havia feito esta mesma viagem, apenas com o auxílio das pernas e não hesita em afirmar que “apesar do peso da bicicleta ser maior, pois são quase 24 quilos, o motor eléctrico compensa”. A bicicleta com o motor e a bateria custa cerca de 3200 euros. Mas o grande trunfo deste tipo de mobilidade, defende, é a rapidez na cidade. “Acredito que sou tão rápido nas Caldas de bicicleta quanto vocês de carro”, disse. E defende que “a mobilidade do futuro é a combinação dos vários meios de transporte”.
“A viagem é mais fácil com as novas tecnologias”, admite Andreas Strepecnik, comparando, por exemplo, os mapas de antigamente e o GPS, o tempo que perdia a reservar hotel antes e a facilidade com que o faz agora, ou a comunicação com família e amigos, que antigamente era mais cara e, portanto, menos frequente. Agora, conta, a sua viagem foi praticamente monitorizada por amigos e familiares que sabiam a cada momento onde ele estava e dele recebiam mensagens, fotografias e telefonemas. A maior dificuldade que enfrentou foi o frio. “Queria pedalar para o Sul em direcção à Primavera, mas trouxe o Inverno alemão comigo”, brincou. Da primeira vez que fez a viagem não gostou de Espanha porque as pessoas não falavam inglês. Chegou a Bragança e quatro cães perseguiram-no, pelo que desta vez a expectativa era de que “ia gostar de França, não ia gostar de Espanha e ia fugir dos cães portugueses”, mas a realidade foi outra: “Não gostei de França porque estava muito mau tempo, gostei de Espanha porque apanhei sol e vento pelas costas, que ajuda a fazer menos esforço, e porque vi o desenvolvimento em termos de vias cicláveis”. Quanto aos cães, parece que desta vez lhe permitiram a passagem. Mas não gostou de ver que em Portugal não tem havido desenvolvimento de ciclovias. “Nas Caldas construíram um parque de estacionamento subterrâneo por dois milhões de euros que davam para construir ciclovias por toda a cidade”, apontou. Diz que a maioria dos condutores tem atenção aos ciclistas, mas que cerca de 5% dos condutores portugueses são muito agressivos e não reduzem a velocidade quando avistam os ciclistas, ultrapassando a grande velocidade e sem respeitar a distância lateral. “No vosso país é permitido matar um ciclista?”, perguntou, ironizando. O jornalista disse que gostou de estar com os jovens da ETEO e de partilhar a sua experiência de viajar de bicicleta entre Freibourg e Caldas da Rainha. “Vi que estavam muito interessados nesta tecnologia”, disse. “A vida fica muito fácil numa longa viagem de bicicleta. Permite concentrar nas coisas mais importantes: o que como, bebo e onde durmo. Fico livre”, concluiu.
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