Deolinda trouxeram espectáculo novo aos festejos do Dia da Cidade

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O tradicional concerto comemorativo do Dia da Cidade voltou a juntar milhares de pessoas, na noite de 14 de Maio, na Praça 25 de Abril. Os Deolinda trouxeram música e animação aos participantes, que responderam, sobretudo nas melodias do seu primeiro trabalho “Canção ao Lado”.
A primeira parte do espectáculo foi garantida pela banda caldense “Trio”, que venceu recentemente o concurso “Caldas dá-te Musica” e, no final do mês vai lançar o seu primeiro trabalho discográfico.
A noite terminou com os caldenses a olhar para o céu, onde o tradicional fogo de artifício deu “vivas” às Caldas da Rainha.

Os aguaceiros que teimaram em cair durante todo o dia de sexta-feira não desmotivaram os fãs dos Deolinda que, logo após o jantar se foram juntando na Praça 25 de Abril para assistir ao concerto da banda que faz furor no momento.
O grupo respondeu com a animação que lhe é característica e durante mais de uma hora foi desfilando canções do seu mais recente álbum, “Dois selos e um Carimbo”, como “A Problemática Canção do Mastro”, “Canção da Tal Guitarra”, “Há Dias que Não São Dias”, “Fado Notário” e “Patinho de Borracha”. Pelo meio, interpretaram músicas do seu primeiro trabalho, estas bem mais conhecidas e acompanhadas pelo público, como “Mal por Mal”, Fon-fon-fon”, ou “Clandestino”. O grupo despediu-se dos caldenses ao som do “Movimento Perpétuo Associativo” e foi presenteado com um flash mob (manifestação instantânea de pequena duração) em que participaram cerca de 200 pessoas, na grande maioria das Caldas, mas também de Rio Maior e Bombarral, com uma coreografia dinamizada por profissionais do ginásio Vivafit.
A ideia deste flash mob foi do animador sócio-cultural do Ponto de Ajuda, Tiago Pereira, que em inícios de Maio lançou um apelo para a mobilização para este espectáculo. Durante uma semana e meia ensaiaram no Clube Sénior, uma hora por dia, os movimentos e sua sincronização.
No dia 14 de Maio, pelas 21h30, juntaram-se perto da estação ferroviaria e seguiram em marcha pela Avenida 1º de Maio até ao local do concerto, onde chegaram meia hora depois. “A nossa dificuldade foi furar o público e chegar mesmo até à frente, junto ao palco”, recorda Tiago Pereira, que, dado o sucesso da iniciativa, já a pondera repetir em ocasiões futuras.

“Criámos o grupo para tocar ao vivo”

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Poucas horas antes do concerto, os Deolinda conversaram com os jornalistas e a sua vocalista, Ana Bacalhau, já parecia prever esta animação. “Queremos que as pessoas “entrem” em palco, acompanhando-nos nas músicas”, dizia a cantora, que interpretou maioritariamente temas do novo álbum e subiu ao palco com jóias da autoria da joalheira caldense Liliana Alves.
Ana Bacalhau pediu também antecipadamente desculpas por qualquer coisa “menos oleada” no espectáculo que é recente. Trata-se de um “trabalho de maturidade” que foi feito enquanto o grupo andava pela estrada a apresentar a “Canção ao Lado” ao vivo. “Foi sendo feito entre um sound check e outro, um hotel e outro, e reflecte um bocadinho isso, o nosso crescimento enquanto músicos e enquanto banda”, contou, adiantando que os arranjos estão mais “intrincados e complexos”. E, embora o tom dos dois discos seja diferente, a personalidade do projecto mantém-se.
Os Deolinda foram recentemente distinguidos pela revista britânica “Songlines”. A banda portuguesa venceu na área de Prémio Revelação e verá editado em Junho um CD com temas do seu álbum de estreia “Canção ao Lado”. Para Pedro da Silva Martins, guitarrista e compositor do grupo, esta distinção é bastante importante pois trata-se do reconhecimento do seu trabalho, mas o reconhecimento das pessoas nos concertos “continua a ser o melhor prémio que podemos ter”.
Também Ana Bacalhau realça a importância dos espectáculos na vida dos Deolinda. “Criámos o grupo para tocar ao vivo”, contou, lembrando que todos os elementos já tinham outros projectos, mas sentiram necessidade de fazer música juntos, assim como de ter um projecto com poucos músicos e que fosse fácil de colocar em palco.
O grupo vai agora partir em tournée pelo país e depois viaja para Marrocos, Bulgária e Grécia. Em Setembro irão aos Estados Unidos da América e no final do ano farão uma digressão pela Europa.

Quem não perdeu a oportunidade de estar perto de um dos seus grupos preferidos foi o caldense Adriano Afonso que, aproveitou a oportunidade para lhes oferecer as canecas típicas das Caldas. Conta que a oferta teve um duplo significado: dar-lhes uma prenda que relembre as Caldas e também como uma forma de manifesto por “não se(†estar a fazer rigorosamente nada, social e politicamente, para ( salvar um legado único do nosso país e do mundo”, disse.

“Trio” caldense faz a primeira parte

Como é habitual neste espectáculo, a primeira parte é assegurada por uma banda caldense. Este ano a oportunidade coube aos Trio, formada por Rafael Conde, Guilherme Silva e Pedro Querido, de 19 anos.
A banda existe há um ano, mas Rafael Conde, baixista e um dos vocalista do grupo, e Pedro Querido, o outro vocalista e também guitarrista, já tinham experiência, pois formaram a banda “Four is More”, que reunia quatro amigos, “mas nunca chegou longe”, contam.
Rafael Conde lembra que iam dar o seu primeiro concerto, no Degrau (um bar da Benedita) e no dia antes o baterista disse que não queria participar, deixando-os pendurados. “Ligámos ao Guilherme, que era nosso amigo e bom baterista e convidámo-lo. Aprendeu 30 músicas numa noite e safou-nos”, conta o amigo, adiantando que a partir daí ficaram sempre juntos.
Já actuaram em bares e festivais locais. Recentemente ganharam o concurso “Caldas dá-te Musica”, promovido pela autarquia caldense.
A noite de 14 de Maio foi a primeira vez que actuaram perante milhares de pessoas. “Acho que é recompensador escolherem-nos a nós, é um reconhecimento do nosso trabalho”, disse Pedro Querido sobre a possibilidade de fazer a primeira parte do concerto dos Deolinda.
Os Trio tocaram meia dúzia de músicas, todos originais escritos em inglês. Consideram que é mais difícil escrever em português que em inglês porque são “mais críticos” em relação à língua de Camões e exigentes consigo próprios.
Na terça-feira actuaram na Semana Académica e no próximo dia 28 de Maio, vão lançar o seu primeiro trabalho de apresentação, o EP “Going No Where”, no Centro da Juventude.
O pop rock, funk e blues são os estilos preferidos dos jovens músicos, que ainda andam à procura de novas direcções musicais. “Estamos ainda à procura da identidade da banda, ainda andamos a tocar muita coisa”, contam os jovens caldenses e estudantes universitários.
O espectáculo dos Deolinda nas Caldas custou à autarquia 25 mil euros. O fogo de artificio, que iluminou a noite durante mais de 12 minutos, custou 8,3 mil euros, “o mesmo valor dos últimos três anos”, disse o vereador Hugo Oliveira, mostrando o seu contentamento com o “excelente espectáculo” proporcionado aos caldenses na noite do 14 de Maio, que marca o arranque dos festejos do Dia da Cidade.

 

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