
Faleceu na passada semana, na sequência de uma doença que o foi retirando da sua intervenção activa na cidade, o caldense Amílcar de Figueiredo, que ao longo da sua rica vida coleccionou inúmeras experiências profissionais e de participação cidadã.
Tendo estudado nas Caldas da Rainha, onde fez o curso comercial da Escola Rafael Bordalo Pinheiro, trabalhou inicialmente nalgumas empresas caldenses, tendo depois rumado à Guiné, então colónia portuguesa, onde inicialmente desempenhou funções nos CTT, passando depois à actividade privada de fotógrafo, não deixando de colaborar como professor de fotografia no Liceu Honório Barreto. Durante o período da sua permanência na Guiné e até à independência desempenhou diversas actividades associativas em cargos dirigentes, bem como colaborou em diversos órgãos de comunicação social locais.
Depois de regressado a Portugal deu continuidade nas Caldas à sua actividade profissional como fotógrafo, que só terminou quando as forças físicas o abandonaram, tendo continuado as suas experiências de colaboração com a imprensa, chegando a dada altura a assumir a direcção do jornal Notícias das Caldas entretanto desaparecido.
Desde há vários anos tornou-se um íntimo amigo deste jornal, onde colaborou sucessivamente com crónicas e poesia de critica e ironia social em relação a aspectos da vida local, subscrevendo os espaço de “Canto do Galo” e “Rimas Frescas” de que relembramos a última que escreveu em 4 de Novembro de 2005.
Com o seu desaparecimento perdemos aqueles saborosos telefonemas com que nos brindava regularmente, para argumentar sobre a crónica que iria seguir sobre tal ou tal aspecto da nossa cidade e de alguns dos seus intervenientes.
Repouse em Paz que bem merece.
À família enlutada de Amílcar Alves de Figueiredo Gazeta das Caldas endereça as sinceras condolências.
JLAS
Rimas Frescas
Meu Patrono
Para ser meu guia, meu patrono,
Eu escolhi Antero de Quental.
Mas de mim não será Senhor, nem Dono
E nunca do meu jeito natural.
Poderei ser, porém, um mau colono
Da sua forma, do mais ser irreal…
Mas isso não é causa p’ra meu sono:
Daquilo que aprendi mui bem ou mal,
Eu me dou para parte dum só trono.
Não quero ser um outro seu igual,
Nem que seja p’ra mim um meu abono…
Muito menos coluna vertebral!
-Eu só me darei todo e me abandono
A vós… Língua Querida e Portugal!…
Amilcar de Figueiredo






























