Dos fogos florestais típicos de um dia de Verão para um temporal em poucas horas

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notícias das CaldasPouco mais de 24 horas depois do maior incêndio dos últimos anos no concelho ter percorrido três freguesias caldenses, um temporal durante a madrugada de 24 de Outubro causou alguns danos materiais e terá dado por terminada a época de fogos florestais do verão de 2011.
No fogo que deflagrou na tarde de 22 de Outubro arderam cerca de 46,2 hectares de floresta, uma extensão que não ardia desde os grandes fogos no concelho em 2005.
O incêndio começou na freguesia de A-dos-Francos, atravessou parte da freguesia de A-dos-Negros e só terminou nos Vidais.


O trânsito na A15 teve que ser cortado nos dois sentidos, ao quilómetro 10, quando o fogo “atravessou” a auto-estrada.
Segundo o comandante dos bombeiros das Caldas, José António, o fogo não tomou ainda maiores proporções devido à actuação de um helibombardeiro que os ajudou a controlar o incêndio.
No domingo os soldados da paz tiveram que combater outro fogo, entre o Casal do Rei e a Ribeira de Castros (Vidais), junto à estrada nacional 114. Segundo José António, os bombeiros estavam a ter dificuldades em controlar as chamas quando começou a chover, cerca das 18h00. “Foi óptimo ter chovido porque resolveu-nos um problema complicadíssimo”, adiantou. O vento estava forte e havia poucos meios no local. “Todas as corporações vizinhas que nos costumam ajudar tinham os seus meios ocupados e ao mesmo tempo estávamos mais uma vez num fogo em Salir do Porto”, contou o comandante caldense.
Com apenas três viaturas, a prioridade foi proteger os casarios. Quando chegaram finalmente mais meio, num momento em que o incêndio estava numa fase muito critica, começou a chover.
“Quem dominou o incêndio foram os bombeiros, mas com uma importante ajuda de São Pedro”, brincou.

Temporal causou poucos estragos nas Caldas

Resolvido o incêndio por volta da meia-noite, passado uma hora (já na madrugada de 24 de Outubro) aconteceu o inesperado – um temporal de chuva e vento que fez accionar outra vez os bombeiros para acorrer a sete locais diferentes da cidade.
“Felizmente não houve nada de muito complicado”, salientou José António. Para além de algumas inundações em pátios (por causa do descuido dos proprietários das casas que não fizeram a limpeza do escoador de águas), da queda de uma árvore no Carvalhal Benfeito e do reclame de uma loja nas Caldas, o problema maior foi no largo da Rainha. “Já é habitual porque as folhas dos plátanos tampam os sumidouros”, explicou o comandante dos bombeiros.
José António garante que nesta zona já se investiu muito em obras para o aumento da capacidade de escoamento de águas, mas a situação só deverá ter solução quando se conseguir reter as folhas dos plátanos. “Ainda hoje de manhã era visível no portão junto à estátua da Rainha muitas folhas das árvores ali retidas, numa altura de 50 centímetros”, exemplificou.
Segundo o também responsável pela Protecção Civil municipal, logo na manhã de 24 de Outubro saíram para a rua cinco brigadas de limpeza, principalmente por causa da terra que se acumulou devidos às obras que estão a ser feitas pela EDP na cidade. “Os bombeiros fizeram lavagens de pavimentos e os funcionários da autarquia fizeram a remoção das terras arrastadas pelo temporal e a limpeza das sarjetas”, de modo a evitar inundações futuras.
Depois de uma semana de chuva, que pôs um ponto final no verão tardio que se vinha vivendo, o Instituto de Meteorologia previa que a partir da tarde de 27 de Outubro, e até ao próximo domingo, deveria ocorrer uma melhoria significativa do estado do tempo “sem precipitação e com a temperatura a enquadrar-se dentro dos valores normais para esta época do ano”.