As dragagens na Lagoa de Óbidos deverão ter início em Abril ou Maio de 2019 e prolongar-se durante 18 meses. Se tudo correr bem, só em finais de 2020 é que a lagoa terá sido dragada. A informação foi avançada pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) à Gazeta das Caldas e a intervenção irá incidir sobre a zona superior da Lagoa, concretamente sobre os dois braços da Barrosa e do Bom Sucesso e a área da lagoa adjacente à Foz do Rio Real.
O projecto de execução da obra e a sua revisão, bem como o Relatório de Conformidade Ambiental do Projeto de Execução (RECAPE), deverá estar concluído até final deste mês e o concurso público internacional será lançado no terceiro trimestre deste ano.
Durante a execução dos trabalhos está já prevista monitorização da hidrodinâmica da lagoa, da qualidade da água, dos sedimentos, da ecologia, fauna e flora, bem como o acompanhamento arqueológico da zona abrangida.
De acordo com a APA, as análises aos sedimentos a dragar nos canais e bacias mostram que estes são “na generalidade de classe 1, à excepção da zona a montante da bacia do Braço da Barrosa, onde foram detectados sedimentos de classe 2, ainda assim estes suscetíveis de deposição no cordão litoral imerso”. Significa isto, segundo a agência, que naquela zona existem sedimentos não contaminados (classe 1) e moderadamente contaminados (classe 2).
No entanto, por medida de precaução, serão realizados mais ensaios aos sedimentos antes das dragagem, pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), entidade que também efectuará o controlo da qualidade da água durante a execução dos trabalhos. Está também prevista a secagem da zona a dragar no Braço da Barrosa para evitar contaminações da água para o corpo da lagoa. Essa zona será depois novamente inundada.
A actividade dos pescadores e mariscadores estará interdita nas zonas que estejam, no momento, a ser objecto de dragagem. “Fora dessas zonas não está prevista, à partida, interdição da sua actividade”, esclarece a APA, acrescentando que estas condições serão monitorizadas e controladas pelo IPMA.