
E se a carruagem do centenário ascensor da Nazaré descarrilasse, provocando vários feridos? Estariam as formas de socorro e segurança preparadas para um acidente do género? Foi a esta pergunta que se tentou responder na manhã de dia 12 de Maio, com um simulacro que envolveu 121 elementos dos bombeiros, PSP e Polícia Marítima locais e Protecção Civil.
Manhã cedo, o cenário foi montado: pelas 9h20 foi dado o alerta para o acidente, provocado por um incêndio na carruagem. De imediato foram accionados para a vila piscatória meios de socorro de todos os concelhos do sul do distrito de Leiria, que encaminharam para os hospitais da região as vítimas do acidente: três feridos graves, três ligeiros com traumatismos e oito ligeiros. Pouco tempo depois do acidente, já estava na Praça Manuel de Arriaga uma equipa que prestava apoio psicológico aos familiares dos feridos.
Promovido no âmbito do Plano de Emergência Municipal, o simulacro de dia 12 testou a capacidade de resposta, dos meios técnicos disponíveis e das entidades mobilizadas, que agiram como se de um acidente real se tratasse. “Um exercício muito técnico, que envolveu cerca de 50 operacionais certificados em resgate em grande ângulo, porque simulámos um cenário mais difícil”, explicou no final o responsável pelo Comando Distrital de Operações de Socorro, José Manuel Moura.
A contribuir para a dificuldade acrescida de uma operação desta natureza no ascensor da Nazaré está o facto de esta infraestrutura, que comemora este ano o seu 123º aniversário, percorrer uma distância de 320 metros, com uma inclinação de 42%. “Quisemos testar esse grau de dificuldade para testarmos todas as valências que envolvemos neste exercício”, explicou José Manuel Moura, que admite ter verificado com o exercício a necessidade de proceder a “eventuais correcções” no Plano Municipal de Emergência.
No balanço do simulacro, o comandante diz que “os objectivos foram amplamente alcançados”, salientando que “a capacidade de resposta foi notável e a capacidade de mobilização foi excelente”.
Jorge Barroso, presidente da Câmara da Nazaré, que é também responsável pela Protecção Civil Municipal, diz que Portugal tem uma das legislações europeias mais exigentes em matéria de transporte por cabo, área na qual houve uma evolução muito grande nos últimos anos. “Felizmente tinhamos já feito uma boa parte do serviço aquando da remodelação das carruagens, porque senão teria sido muito mais complicado manter o ascensor em funcionamento”, contou.
Joana Fialho
jfialho@gazetadascaldas.pt