Emanuel Vital concorre a bastonário da Ordem dos Fisioterapeutas

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Natural da Madeira, o fisioterapeuta Emanuel Vital reside nas Caldas há mais de 20 anos

Reforçar a identidade do fisioterapeuta e promover a qualidade da fisioterapia são objetivos do candidato

Emanuel Vital, residente nas Caldas da Rainha há mais de duas décadas, é candidato a bastonário da Ordem dos Fisioterapeutas. Trata-se da primeira vez que esta organização, criada a 29 de setembro de 2019, vai a votos e o ato eleitoral está marcado para 15 de novembro.

A concorrer está também António Lopes, que ocupou o cargo de vice-presidente da Comissão Pró-Ordem da Associação Portuguesa de Fisioterapeutas.

Fisioterapeuta desde 1984, Emanuel Vital justifica a sua candidatura com o facto de “viver” a profissão e por verificar muitas situações que necessitam de ser resolvidas. “Temos uma profissão muito rica, com profissionais muito bons, mas que ainda precisa de se consolidar e ser regulamentada”, explicou à Gazeta das Caldas.

Ter exercido funções de presidente da Associação Portuguesa da Fisioterapeutas (APFISIO), entre 2016 e 2019, também lhe permitiu “ver por dentro” o trabalho que ainda era necessário fazer, pelo que considera estar bem preparado, juntamente com a sua equipa, para este desafio.

Emanuel Vital elege como missão a defesa da identidade da profissão e promoção da qualidade dos serviços. Mas, para que isso aconteça, é necessário conhecer melhor a profissão através do contato direto e imediato com os colegas. De acordo com este profissional, os hospitais não chegam a ocupar 10% dos fisioterapeutas, cabendo esse papel às IPSS, espalhadas por todo o país e que integram, provavelmente, mais de 3.000 destes profissionais. Também há a necessidade de regulação, tendo em conta que muitos têm prática liberal e que, cerca de 80% dos fisioterapeutas existentes formaram-se durante a última década.

“Temos uma profissão muito rica, mas que precisa de ser regulamentada”

Emanuel Vital

Atualmente há cerca de 15 mil cédulas profissionais atribuídas pela Administração Central do Sistema de Saúde, estimando-se que existam entre 12 a 13 mil fisioterapeutas em exercício, considerando os que estão em mobilidade no estrangeiro e os que já se reformaram.

O candidato elege também como prioridade a realização de um estudo do impacto económico da profissão. Dá como exemplo a Austrália, em que os estudos mostram que um dólar australiano investido em fisioterapia, para as condições músculo- esquléticas, tinha como retorno uma poupança de seis dólares. “Este é um custo-benefício que não existe para muitas condições de saúde”, salienta Emanuel Vital, alertando para a necessidade de um modelo integrador nos cuidados de saúde.

“Ou investe-se de forma adequada ou estão a delapidar os custos com a saúde em Portugal”, realça, acrescentando que, tendo conhecimento desses dados, não há justificação para não recrutar mais terapeutas para o SNS e não mudar o modelo de financiamento das intervenções de fisioterapia. “Num sentido positivo, o que queremos é mostrar como o dinheiro público pode ser usado de forma mais eficaz”, diz o candidato, que acredita que serão criadas as condições favoráveis para “abrirmos o caminho para tornar mais universal o acesso aos cuidados de fisioterapia”.

Fisioterapeuta e a exercer funções de técnico superior diretor no centro de saúde da Marinha Grande, Emanuel Vital, de 57 anos, é natural da Madeira, e residente nas Caldas da Rainha desde 2000. ■