A Escola Superior de Artes e Design, em Caldas da Rainha, viu as vagas que colocou a concurso na primeira fase de acesso ao ensino superior serem quase na totalidade preenchidas. Apenas seis lugares, o que equivale a 1,85% do total de vagas da escola vão ser colocadas na 2ª fase. Assim, apenas a licenciatura em Som e Imagem no regime pós-laboral vai receber alunos no início de Outubro.
Para o ano lectivo 2010/2011 a ESAD acolheu já 319 estudantes que alcançaram das notas mais elevadas de acesso dos politécnicos da região, o que a equipara aos principais estabelecimentos de ensino superior, incluindo universidades, do país. O curso com a melhor média, ao contrário dos anos anteriores, em que esta posição era ocupada pela licenciatura em Design Gráfico e Multimédia, foi o de Teatro em que o último colocado ingressou com 148,9 pontos. A média mais baixa coube ao curso de Som e Imagem (regime pós laboral) com 110,3 valores.
Rodrigo Silva, sub-director da ESAD.CR, refere que “tendo em conta o elevado número de cursos, tanto no ensino privado como no público, que oferecem formações congéneres e cuja competição entre instituições se torna cada vez mais feroz, o facto de termos preenchido a totalidade das vagas na primeira fase e com uma subida das médias do último candidato, é revelador que a ESAD.CR é vista como uma escola que se situa ao mesmo nível das Belas Artes do Porto e de Lisboa e para alguns alunos será mesmo uma alternativa. Note-se ainda que em vários dos nossos cursos a escolha da ESAD é a primeira opção”. Para Rodrigo Silva, isto “é o resultado de um trabalho colectivo, levado a cabo numa época com muitos constrangimentos económicos”.
Apesar da elevada taxa de ocupação, o sub-director da escola esclarece que “todos os cursos têm um pequeno contingente de vagas da segunda fase, que temos de deixar obrigatoriamente abertas para as mudanças de curso e concursos especiais (supranumerários). Não havendo candidatos nesses concursos, os estudantes que ainda queiram tentar entrar podem fazê-lo nestas vagas. Nos cursos de regime pós-laboral ainda há uma ou duas vagas da primeira fase: quem quiser ainda pode tentar. Estamos confiantes que vão ficar todas preenchidas”.
A procura de mestrados na ESAD.CR foi igualmente elevada, sendo que “este ano duplicámos o número de candidatos e em vez de abrir dois mestrados abrimos candidaturas para cinco”, explicou Rodrigo Silva, adiantando que “desses cinco mestrados, três (Artes Plásticas, Design de Produto e Gestão Cultural) vão começar já a funcionar e os outros dois (Teatro e Tipografia) terão novo período de candidaturas em Fevereiro”. As aulas de mestrado terão início no início de Outubro.
A Escola Superior de Saúde, também do IPL, obteve ainda melhores resultado do que a ESAD, conseguindo preencher todas as vagas nos diferentes cursos e com as melhores médias de ingresso. Mais 191 alunos vão entrar nesta escola, com o curso de Fisioterapia a liderar com a média mais elevada de acesso (157,8 pontos).
Em Peniche, mais de 32% das vagas estão por ocupar, o que corresponde a 123 lugares disponíveis para concurso em segunda fase. A média de entrada nos cursos rondou os 11,8 pontos, sendo a licenciatura em Turismo com a melhor classificação (130,4) por oposição a Gestão Turística e Hoteleira com 109,0 pontos.
Engenharia Alimentar, Marketing Turístico (regime pós-laboral e ensino à distância) e Gestão Turística e Hoteleira (pós-laboral) têm ainda, cada um, mais de 20 vagas por preencher. Na Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar de Peniche apenas as licenciaturas em Gestão Turística e Hoteleira, Turismo e Animação Turística esgotaram as vagas.
Em Leiria, na Escola Superior de Educação e Ciências Sociais, apenas 15,73% dos lugares não foram preenchidos, o que corresponde a 70 vagas. Nesta escola só os cursos em regime pós-laboral e ensino à distância possibilitam que haja candidatos na segunda fase, sendo que em Animação Cultural (curso der foi transferido das Caldas da Rainha) há ainda uma vaga disponível. No entanto, a ESECS conseguiu neste ano lectivo preencher já na primeira fase as 25 vagas em Desporto e Bem-Estar no regime pós-laboral.
A média de entrada dos cursos nesta escola foi de 118, 2 pontos, sendo que a nota mais elevada foi do curso de Serviço Social com 136,4 pontos e o curso com a nota de entrada mais baixa é Educação Social (pós-laboral) com 102,5 valores.
Apesar de ser a escola com a maior oferta formativa, a Escola Superior de Tecnologia e Gestão do IPL é a que tem um maior número de vagas disponíveis, isto é 278 lugares, o que corresponde a 33,29% de vagas. Só as licenciaturas em Gestão, Marketing, Solicitadoria, Engenharia Automóvel e Energia e Ambiente preencheram as suas vagas. A média de entrada é também das mais baixas do Instituto com 116,9 pontos, cabendo ao curso de Gestão a melhor média de ingresso com 141,3 pontos e ao de Contabilidade e Finanças a média mais baixa (105,0 pontos).
O IPL colocou 1730 estudantes, o que corresponde a uma taxa de ocupação de vagas de 88,7% em regime diurno e uma taxa global de 78,4%. Este ano lectivo procuraram o IPL 8589 candidatos, o que corresponde a uma procura cerca de quatro vezes superior à oferta disponibilizada.
Nuno Mangas, presidente do IPL, considera “os resultados globalmente bons”, atribuindo os mesmos “ao reconhecimento do trabalho desenvolvido ao longo destes anos pelo IPL e pelas suas Escolas Superiores e Unidades de Investigação. Não considerando o ensino pós-laboral e o ensino a distância, preenchemos na primeira fase 89% das vagas a concurso”, disse. Para Nuno Mangas a menor taxa de ingresso neste tipo de cursos deve-se “ao facto dos cursos pós-laborais e os de ensino à distância destinarem-se essencialmente a uma população de activos que concorre por concursos locais de acesso e não pelo concurso nacional”. No entanto, o presidente do Instituto de Leiria, salienta que “o número de candidatos admitidos através do Concurso para maiores de 23 anos e para os detentores de um Curso de Especialização Tecnológica tem vindo a aumentar, pelo que as vagas destes cursos estão na sua generalidade já todas preenchidas com estes candidatos”.
Quanto aos mestrados, Nuno Mangas refere que na generalidade dos cursos terão condições para funcionar e que “o número de candidatos excedeu as nossas expectativas”, disse.
Instituto Politécnico de Santarém com muitas vagas
Na Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Santarém ainda há 55,14% das vagas por preencher. Das 185 vagas iniciais sobram 102 lugares, não havendo nenhum curso que tenha preenchido a totalidade.
Já na Escola Superior de Educação os resultados foram melhores. Das 255 vagas apenas sobraram 98 lugares, tendo as licenciaturas em Educação Social, Artes Plásticas e Multimédia e Educação Básica (pós-laboral) preenchido todas as vagas. Com uma média de entrada de todos os cursos a rondar os 117,6 pontos, a licenciatura melhor cotada foi a de Educação Básica (pós-laboral) com 127,0 pontos, por oposição à de Animação Cultural e Educação Comunitária em que o último colocado teve 108,6 valores.
Por seu turno, na Escola Superior de Gestão e Tecnologia de Santarém há quase 60% das vagas por preencher. Apenas ingressaram nesta escola 152 alunos dos 365 possíveis. Só a licenciatura de Marketing e Publicidade viu as 35 vagas serem ocupadas, não havendo um único candidato ao curso de Informática (pós-laboral).
A Escola Superior de Desporto de Rio Maior foi também um caso de sucesso, tendo ficado com apenas 24 vagas para preencher na segunda fase, das 194 disponibilizadas na primeira fase. Destas, 20 vagas são na licenciatura de Treino Desportivo (regime pós-laboral) e as outras quatro em Gestão das Organizações Desportivas. A média de entrada na escola é de 120,6 pontos, tendo o curso de Treino Desportivo alcançado a melhor nota de entrada com 128,6 pontos, por oposição a Gestão das Organizações Desportivas em que o último colocado tinha a nota de 111,4 valores.
Na Escola Superior de Saúde de Santarém o curso de Enfermagem esgotou as suas 45 vagas em que a nota do último colocado foi de 138,0 pontos, enquanto que o mesmo curso, com entrada no segundo semestre, tem ainda quatro vagas disponíveis. Neste, a nota do último aluno foi de 96,0 pontos
Pedro Reis, vice-presidente do IPS, adiantou à Gazeta das Caldas que “o Instituto Politécnico de Santarém teve uma taxa de preenchimento de vagas nesta primeira fase de 60%, tendo apenas ficado por preencher 441 lugares (principalmente em cursos em regime pós-laboral)”. Pedro Reis acredita que estas vagas virão a ser preenchidas quase na totalidade durante a segunda fase e pelos 315 alunos “maiores de 23 anos” que foram seleccionados nas provas realizadas pelo IPS.
Segundo o vice-presidente a grande diferença de ocupação de vagas encontra-se “entre cursos e não entre escolas do IPS. Os cursos pós-laborais tiveram uma taxa de colocação muito inferior aos cursos em regime diurno, logo as escolas que propuseram menos cursos em regime pós-laboral, o caso da ESDesporto e da ESSaúde, têm taxas globais de colocação superiores às restantes escolas”.
Questionado sobre o facto das notas dos últimos alunos colocados serem um pouco baixas, Pedro Reis lembrou que “não são as instituições (nem o grau de exigência dos seus cursos) que definem as notas dos alunos colocados. Este valor é definido pelas notas do conjunto de alunos que concorre a determinado curso”, disse, adiantando que “ainda não temos os dados completos da taxa de preenchimento de vagas de todos os cursos de mestrado, mas prevemos uma taxa de preenchimento bastante elevada”.
Instituto Politécnico de Tomar também com dificuldades em preencher as vagas na 1ª fase
Na Escola Superior de Gestão mais de 50% das vagas estão por preencher. Das 215 vagas disponibilizadas pelo Instituto para esta escola ainda há 140 para ingresso, sendo o curso de Gestão de Recursos Humanos e Comportamento Organizacional o mais procurado com 10 lugares apenas vagos. A média de entrada na escola é de 108,9 pontos, tendo a nota do último colocado na licenciatura de Gestão e Administração Bancária (regime pós-laboral) sido de 95, 0 pontos.
Na Escola Superior de Tecnologia de Tomar há ainda 61% de vagas para segunda fase, uma vez que dos 395 lugares possíveis, só houve 154 colocados. As licenciaturas de Engenharia Electrotécnica e de Computadores (regime pós-laboral), Tecnologia de Biorrecursos e Engenharia Civil (regime pós-laboral) não tiveram nenhum colocado. A média de entrada foi de 116,5 pontos, com o curso de Engenharia Informática a conseguir ter a nota do último colocado mais elevada (134,5).
Por seu turno, na Escola Superior de Tecnologia de Abrantes há ainda 51 vagas. Das quatro licenciaturas, só Comunicação Social e Vídeo e Cinema Documental preencheram na totalidade as suas vagas, enquanto que em Engenharia Mecânica entraram só três alunos e em Tecnologias da Informação e Comunicação apenas um. A nota de entrada nesta escola é de 116,8, mas não foi divulgada a classificação do único colocado no curso de TIC.
Ana Elisa Sousa