Especialistas destacam o potencial do património termal caldense

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Gazeta das Caldas
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FotosResponsaveisEHTTAPaul Simons e Mário Crecente, presidente e vice-presidente, respectivamente, do comité científico da European Historic Thermal Towns Association (EHTTA) estiveram a visitar as Caldas no passado dia 24 de Novembro, e destacaram elevado potencial que o seu património e o aquífero termal possuem. Os responsáveis entendem que a Câmara está a trabalhar no caminho certo, ao investir na área medicinal, com o termalismo clássico, e simultaneamente no termalismo de saúde e de bem estar tentando atrair investimento para esse fim aproveitando os Pavilhões do Parque.
Defendem também que deve ser a autarquia a dar o exemplo em termos de investimento no termalismo, criando assim imediatamente condições de confiança aos empresários para apostar na área da saúde e bem-estar nas Caldas.

“As Caldas da Rainha têm um potencial fantástico”, disse Paul Simons, especialista com origem nas termas inglesas de Bath, depois de uma visita pelo património termal e pela região. O presidente do comité científico da EHTTA (rede que as Caldas integra desde Março deste ano) entende que a cidade tem todas as qualidades de uma estância termal tradicional europeia, com uma grande história, tradições e património edificado e parques.
Paul Simons entende que o município tem que dar o exemplo ao nível do investimento no termalismo e que a partir daí estão criadas as condições para que também os privados ganhem confiança e queiram apostar termalismo de saúde e de bem-estar nas Caldas.
Diz que é “óbvio” que os Pavilhões do Parque poderão ser transformados num grande hotel e destaca que é importante ter uma atitude muito positiva e responsável para que os negócios possam crescer nos próximos 20 anos, tal como aconteceu em Bath. Dando o seu próprio exemplo, explicou que esta estância termal esteve fechada durante 20 anos e que há 10 voltaram a abri-la. Situada numa cidade histórica do sul de Inglaterra, a estância termal revitalizou o turismo e aumentou numero de visitantes à cidade, que acabam por ficar durante mais dias. “Em Bath desde que as termas voltaram a funcionar abriram três hotéis”, disse Paul Simons, destacando o desenvolvimento económico que esta aposta possibilitou.
“É um projecto de sucesso, que também acontece noutras cidades da  Alemanha, Itália, França e pode acontecer nas Caldas da Rainha”, referiu.
Com uma boa localização e arquitectura, as Caldas precisa agora encontrar, no opinião do presidente do comité científico da EHTTA, o equilíbrio entre o apoio estatal para o uso público e o investimento privado para o edifício dos Pavilhões do Parque ou outras localizações. Considera que a componente de saúde deverá apostar também no lazer e bem-estar, pois isso trará mais pessoas e atrairá “um bom parceiro para trabalhar convosco como investidor no hotel”.
Perspectiva que serão necessários cinco anos para arrancar com os vários projectos e defende que a prioridade deverá ser dada com o investimento no Hospital Termal e balneário novo e destaca que o município está preparado para ter a responsabilidade do património termal.

Paisagens terapêuticas

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Também o vice-presidente do comité científico da EHTTA, o galego Mário Crecente, ficou “impressionado” com os edifícios termais. Considera que há uma singularidade importante das Caldas, que coincide com o que rede estão a trabalhar e que apelida de “paisagens terapêuticas”, e que consiste no facto de ter o primeiro hospital termal do mundo, um edifício que pode ser transformado em hotel, com um parque e uma mata. “Se este balneário, hospital e pavilhões estivessem noutro sitio não tinham o mesmo valor, mas estão inseridos no meio de uma cidade”, defendeu.
Os dois responsáveis destacaram ainda a boa localização das Caldas, que é muito próxima de Lisboa, assim como as suas acessibilidades. Também deram nota positiva da preservação do estado da zona costeira, nomeadamente S. Martinho do Porto e o facto de funcionar, diariamente na cidade, uma praça da fruta. Instalado no Sana Silver Coast, Paul Simons destacou o facto de nesta época do ano ali encontrar muitos alemães e ingleses, em lazer, o que mostra que “é muito fácil de cá chegar”.
O presidente do comité destacou ainda que um dos benefícios de ser membro desta associação termal (que inclui 33 cidades de toda a Europa) é que “aprendemos todos uns com os outros pois estamos em diferentes estados do processo de revitalização e de reconstrução dos serviços tradicionais”.
No âmbito das candidaturas para financiamentos internacionais que estão a ser feitas por parte da rede há uma de captação turística e promoção das estâncias termais, que prevê visitas de bloguers e jornalistas aos vários locais. As Caldas apontou como data de recepção desses profissionais para Agosto de 2017, quando estiver a decorrer a Feira dos Frutos.
No último encontro da rede, que decorreu em Bursa, na Turquia, o vereador Hugo Oliveira fez também uma proposta para que a Assembleia Geral da Rede Europeia que se realize na Primavera de 2017 nas Caldas.

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