Durante dez dias houve uma feira, concertos musicais, atividades culturais e desportivas em torno da baía
Com um programa arrojado, as Festas de Santo António regressaram à vila de São Martinho do Porto em grande estilo. Emanuel foi o artista convidado para o primeiro dia, 10 de junho, dando o mote do que seriam dez dias de muita animação. Pelo palco passaram Maxi, Miguel Azevedo, Mónica Sintra, Miguel Bravo, Tanya, Toy, Shakra e 9Miller, que atuou na noite de sábado, num espetáculo marcante com temas do seu mais recente EP, “Transparente”, que nunca tinha cantado ao vivo, como “U Feel Me”, que dedicou à filha, Lara. “Nunca tinha vindo a São Martinho do Porto, mas foi uma experiência incrível atuar ao lado desta baía, gostei do sítio e das pessoas, fica no meu coração e espero voltar”, disse o rapper à Gazeta.
Mas, se os concertos musicais foram um dos atrativos da festa, não foram, claramente, o único. Por estes dias, a marginal de São Martinho do Porto esteve preenchida com expositores, uma feira com roupa, calçado, antiguidades, fruta, artesanato, brinquedos, acessórios, bijuteria, e também com uma zona de diversão para os mais jovens, com um carrossel.
Carla Soares, do ateliê Cer’Amarte, tinha um stand no evento. “Não é a primeira vez que faço esta feira, mas costumava partilhar o stand e é a primeira vez que faço sozinha”, explicou. “Não está a correr mal, depois da pandemia. Durante a semana, o movimento é reduzido, mas o fim de semana e a quinta-feira véspera de feriado foram bons”, referiu, lamentando os atos de vandalismo registados. “Para o próximo ano acho que, durante o dia, deveria haver música ambiente pela marginal”, sugeriu.
A passear pela marginal encontramos Pedro Couto, que aproveitou a tarde de sábado para ir às festas de Santo António com a esposa e as filhas. “Este ano é o primeiro dia que venho, mas costumo vir e penso que está parecido com os outros anos, está animado, talvez com mais expositores”, analisou, salientando a importância deste regresso, tanto a nível da feira como dos concertos. O alfeizerense considerou que a festa de Santo António consegue proporcionar “um agradável dia em família”.
O evento tinha uma zona dedicada ao street food e bebidas, perto do palco. Nessa zona, as associações tinham os seus expositores, onde também procuravam efetuar receita para suportar a dinamização das atividades que proporcionam. Uma delas era o GD Concha Azul, que tem atualmente cerca de 15 atletas no karaté, 20 numa equipa de futebol na Liga Inatel e mais 20 numa equipa de veteranos de futebol, além de 6 numa equipa de atletismo. As aulas de zumba do clube são frequentadas por mais cerca de 20 pessoas.
Gonçalo Clérigo, da Direção da coletividade, fez um balanço positivo desta edição da festa. “Conseguimos reativar a corrida dos 10 quilómetros do Santo António e fizemos a demonstração de karaté com alunos de iniciação”, salientou, notando a importância do regresso das festas. “Está a fazer-nos falta o sintético no campo de futebol, creio que é a única freguesia do concelho que não tem e será importante para reativar as camadas jovens, que, sem sintético, é impossível”, referiu o dirigente, que revelou que o Concha Azul está a planear o festival do marisco em agosto “para angariar dinheiro para comprar uma viatura”, uma necessidade do clube.
Do programa das festas fez ainda parte a décima edição do torneio de futebol praia, atuação do Rancho Folclórico Tá-mar, a tradicional Corrida de Santo António, este ano com mais de uma centena de participantes, uma demonstração de karaté do GD Concha Azul, o Firefighter Challenge e a emissão em direto do programa Somos Portugal, da TVI. Já o programa religioso contou com a procissão da Luz, com a imagem de Santo António até à igreja matriz, no sábado, a missa com a benção dos pães de Santo António, no primeiro domingo, a missa solene, na segunda-feira e a missa da festa, com procissão ao mar no segundo domingo. Para terça-feira, dia 21, estava prevista a missa do Homem do Mar, com o regresso da imagem à capela. ■