A Foz do Arelho celebrou o primeiro aniversário de elevação a vila a 12 de Junho com a inauguração da ligação pedonal do Parque de Campismo e o lançamento da primeira pedra da ampliação da sua igreja. O presidente da Junta, Fernando Horta, aproveitou a presença do bispo D. Anacleto para pedir que a Foz agora seja paróquia.
Durante aquele fim de semana ainda se realizou o Encontro da Lagoa, com aquele ecossistema em destaque quer como cenário para a realização de actividades recreativas, religiosas e desportivas quer também no repasto, onde se saboreou o que ela dá.
Ao todo, há agora 700 metros de ligação pedonal entre o parque de campismo e a vila da Foz Arelho. Antes os campistas eram obrigados a passar num espaço sem bermas da estrada que atravessa a localidade, o que era perigoso. “Criámos esta ligação também com vista a promover o comércio da vila”, explicou Fernando Horta, presidente da Junta da Foz do Arelho, enquanto se aguardava a chegada do presidente da Câmara, Fernando Costa, para a inauguração formal deste caminho. O passeio é complementado por canteiros ajardinados que o tornam mais aprazível.
Desta empreitada faz também parte a recuperação de alguns largos da vila. “A Junta comprou uma casa devoluta e vamos criar uma praceta devolvendo área ao espaço publico”, exemplicou Fernando Horta.
O autarca explicou que estão a ser feitas obras de fundo, recuperando infra-estruturas e requalificando três largos da vila. Serão colocados alguns bancos e criados lugares de estacionamento. A empreitada total (caminho pedonal e recuperação de largos) ascende aos 150 mil euros. “Podemos arranjar menos ruas, mas fazemo-lo com qualidade. Quando intervimos requalificamos a fundo e não nos limitamos a pôr tapete sobre o tapete de alcatrão”.
Fernando Horta considera que as pessoas que vivem na Foz se orgulham da localidade ser vila porque isso significa “um reconhecimento da administração central”. Deseja, no entanto, evoluir de forma contida pois quem vive na Foz “quer manter calma a sua forma de vida”.
Ampliação custa metade do preço
João Sá Nogueira, elemento da Comissão para a Construção da nova Igreja da Foz, diz que o lançamento da primeira pedra para a ampliação da igreja “é a concretização de um sonho de várias gerações” e que as obras terão início ainda este ano por forma a estarem concluídas em 2012.
“Este projecto foi tomando várias formas e a população decidiu que seria melhor apostar numa ampliação do que na construção de um novo templo”, comentou o responsável. Até porque os tempos são de crise e uma nova construção implicaria um custo na ordem dos 600 mil euros, ao passo que a ampliação fica a rondar os 250 mil euros. A Comissão possui cerca de 200 mil euros, (obtidos na realização de diversas iniciativas realizadas ao longos dos últimos anos) e espera agora a contribuição da Câmara Municipal e Junta para ajudar a pagar o que resta da factura.
A ampliação é da responsabilidade dos arquitecto Fernando Fonseca e tem projecto de especialidades do engenheiro José Capinha. Ambos ofereceram o seu trabalho de forma gratuita. A “nova” igreja passará a contar com novas áreas pois hoje a Igreja tem que estar atenta “à evangelização social e caritativa e passará a ter mais espaço para acolher quem mais precisa – os desfavorecidos, os desenraizados e aqueles que estão sós”, informou João Sá Nogueira.
Rua deixa de existir e constrói-se um novo adro
A Rua da Igreja vai deixar de existir ficando apenas uma passagem pedonal. Toda a área passará a ter uma nova envolvente e um novo adro.
Fernando Horta aproveitou a ocasião e a presença do bispo D. Anacleto para pedir que a Foz, agora vila, se torne uma paróquia e deixe de depender da freguesia vizinha (Nadadouro).
Fernando Costa referiu que hoje em dia a acção da Igreja é cada vez mais importante junto das comunidades e garantiu apoio da Câmara à concretização da obra. D. Anacleto referiu que esta obra de ampliação significa que a comunidade paroquial está a crescer e referiu que para a Foz se tornar numa paróquia autónoma não basta ser vila. “É preciso que a comunidade cristã tenha razões suficientes para se tornar numa paróquia”, rematou.
A sessão seguiu com a actuação do Coro Infantil da Foz que contou com a participação de três tenores, além dos Jograis do Clube Sénior das Caldas.
Em paralelo às comemorações do primeiro ano de elevação a vila, realizou-se o III Encontro da Lagoa que começou na sexta-feira à noite, dia 11 de Junho, com a realização da Procissão da Lagoa, que incluiu a participação de 15 embarcações. Pela primeira vez este evento contou com a participação do Clube Náutico da Foz. A presença da imagem peregrina de Nª. Sra. de Fátima ajudou a atrair centenas de visitantes àquela manifestação religiosa.
A festa inclui um festival gastronómico dedicado aos Sabores da Lagoa com pratos confeccionados com enguias, amêijoas, chocos e berbigão.
TESTEMUNHOS
“A igreja era pequena sobretudo durante o Verão”
“Esta obra de ampliação há muito que já fazia falta pois a igreja já é pequena para as necessidades, sobretudo, durante o Verão quando a população aumenta.
Relativamente ao caminho pedonal, à entrada da Vila, penso que é uma coisa muito boa, tal como é tudo o que seja feito para o desenvolvimento desta terra”.
Jesuína Quaresma, 82 anos
Antes era um perigo andar pela estrada”
“É uma mais valia para a Foz do Arelho pois o parque de campismo era um gueto fechado, dado que era um perigo vir à localidade pela estrada. Creio que será uma obra com bom proveito. Vou em breve passar por ela.
A ampliação da igreja era mesmo importante para a freguesia e por isso é com muita alegria que vejo o lançamento da primeira pedra”.
Luís Quaresma, 80 anos
“Sempre fui a favor da ampliação da Igreja”
Costumo ajudar a confeccionar os pratos do Encontro da Lagoa. Este ano as especialidades são Feijoada de Chocos, Caldeirada, Ensopado de Enguias e Carne de Porco à Foz.
Desde que cheguei do Canadá, há 15 anos, que era a favor da ampliação da actual igreja dado que se vive tantas dificuldades nos dias de hoje que seria má aposta a construção de uma nova. Ao fim de tantos anos acabaram por fazer o que eu sempre defendi.
Também sou a favor da requalificação do passeios pedonal. É uma coisa que o senhor do talho já andava a pedir há vários anos”.
Rogério Gomes, 51 anos
“Gostaria mais de ter uma nova igreja”
“O passeio pedonal qualifica a entrada da vila pois quem estava no Parque de Campismo não tinha um sitio seguro para vir à localidade. E como foi ajardinado, está muito bonito.
A nossa ideia inicial foi a construção de uma igreja nova, mas os tempos não estão para isso e é preciso dar o exemplo. Apostamos, pois, na ampliação, que é melhor do que mais tarde ainda termos que suportar despesas de ter uma grande igreja vazia. Foi a decisão que vai ao encontro da vontade da população”.
Manuela Melo, 47 anos