O espaço permitirá prestar apoio aos doentes e seus familiares através de diversas valências
Já se encontra a funcionar a sede do Grupo de Apoio das Caldas da Rainha da Liga Portuguesa Contra o Cancro – Núcleo Regional do Sul. Situada na Avenida da Independência Nacional, nº 8 – 1 º E, foi inaugurada na tarde de 27 de setembro, na presença do presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro e dezenas de voluntários e amigos.
Teresa Xavier, coordenadora do grupo caldense (juntamente com Álvaro Coelho), começou por falar em esperança, para se referir ao conhecimento sobre a doença para a poder combater, mas também deste grupo poder “ajudar e contribuir para a prevenção da doença e do bem estar do doente oncológico”.
O novo espaço, cedido pela autarquia, permitirá prestar apoio aos doentes e seus familiares em consultas de psico-oncologia, acolhimento, fisioterapia, apoio social e apoio jurídico (este último a nível central). Numa vertente de bem-estar disponibilizam exercícios de leitura e reflexão, manualidades, reiki, ioga, massagens terapêuticas, sessões de música e canto, relaxamento, meditação e mindfulness. De modo a ajudar os doentes oncológicos com dificuldades económicas, foi estabelecido um protocolo com duas farmácias da cidade, que lhes facilitam a aquisição dos medicamentos necessários.
Nestes primeiros tempos, a sede do grupo de apoio irá abrir uns dias de manhã e outros à tarde, dependendo da disponibilidade dos voluntários e podendo os horários serem consultados no seu facebook, ou através do 910647815.
O grupo, que conta atualmente com 30 voluntários e abrange as Caldas e a região circundante, já tem dinamizado diversas iniciativas e irá, no próximo dia 12, fazer a caminhada Outubro Rosa, de sensibilização do cancro da mama.
O voluntariado foi também destacado pelo presidente da Liga, Francisco Cavaleiro de Ferreira, lembrando que está na génese desta instituição sem fins lucrativos, criada há 83 anos. Referindo-se ao grupo de apoio caldense, o 20º a ser criado no país, realçou que é através destes grupos que conseguem chegar às pessoas. “O cancro hoje já não é uma sentença de morte, é uma doença crónica, em que a percentagem de sobrevivência é de 50%. Ainda assim há muita gente que quando pensa em cancro a vida se desfaz completamente”, reconheceu. Para as ajudar, a Liga disponibiliza informação e o apoio ao doente oncológico e à família, através do voluntariado e, em casos de necessidade, com apoio financeiro e também jurídico. Francisco Cavaleiro de Ferreira falou dos vários programas que possuem, entre eles os rastreios. Dando como exemplo o rastreio ao cancro da mama, partilhou que na última volta que fizeram nas Caldas, há dois anos, “houve 23 mulheres que foram encaminhadas para o hospital”.
A Liga disponibiliza ainda bolsas para a participação em congressos e formação, e de investigação, estas últimas com um investimento anual na ordem dos 630 mil euros.
O presidente da Assembleia Municipal, Lalanda Ribeiro, destacou a importância destes grupos, tanto no apoio aos doentes como ao nível da prevenção, e a aposta na investigação, feita pela Liga e que tem dado “passos importantes no combate à doença”. O espírito solidário dos caldenses foi destacado pelo presidente da Câmara, Vítor Marques, que espera agora que o trabalho do grupo possa crescer e extravasar as fronteiras do concelho. ■