No fim-de-semana realizaram-se nas Caldas duas iniciativas que promoveram um estilo de vida mais sustentável e que terão continuidade. No sábado houve a feira de trocas e no domingo o ecomercado
No fim-de-semana realizaram-se nas Caldas duas iniciativas que tinham em comum o facto de promoverem um estilo de vida mais sustentável e ecológico, contra o consumismo desenfreado da nossa sociedade. A realização da primeira feira de trocas no Coletivo ocorreu no sábado e partiu de um desafio de Liliana Ferreira, da associação Osso, que enquanto residia no Porto tomou contacto com este conceito, que promove a reutilização de roupa, calçado, acessórios, livros, entre outros objetos. O funcionamento é simples, cada um leva os seus produtos para trocar, é recebido numa banca onde os bens são avaliados e divididos por categoria e recebe um “saldo” de pontos para utilizar na feira.
Mas este conceito tem particularidades que lhe conferem algum interesse. É que, ao longo do dia, os produtos são sempre diferentes, uma vez que a dinâmica é trocar. Portanto, supondo que até fica com “saldo” e não quer nada. Não tem problema, vai dar uma volta ou beber um café e regressa, porque certamente haverá algo novo para ver. E o “saldo” permanece de evento para evento. Acresce que é possível levar um artigo desta feira, usá-lo e voltar a trocar na próxima, por exemplo. “Para um primeiro evento está a correr muito bem”, analisou. Para o futuro, porque o conceito deverá passar a ter uma realização mensal, regressando em maio, pretendem ter mais livros e também fazer feiras de trocas por exemplo de objetos decorativos ou de cozinha. “Não queremos ficar com stock”, nota Liliana, explicando que doarão as peças que ficarem no final das feiras para associações ou para a reciclagem de roupa. “Houve uma mãe que deixou uma peça e a filha, sem saber que a peça era da mãe, quis levá-la”, conta.
Para o mesmo dia estava prevista a realização do ecomercado de Páscoa, promovido pela Biogleba na Rua Dr. Leão Azedo, mas devido às condições meteorológicas foi adiado para domingo. Foram 25 expositores da região que deram vida àquela artéria da cidade, com propostas diferenciadas e focadas na sustentabilidade e na ecologia. Ali era possível encontrar desde a comida aos brinquedos, passando pela roupa, pelos objetos decorativos, produtos de higiene (como sabonetes e champô sólido), bijuteria, móveis e objetos em madeira, ilustrações, plantas, chás e ervas aromáticas, entre outros. Este foi o segundo ecomercado promovido pela Biogleba, que já tinha organizado um no Natal. Tiago Fidalgo, da Biogleba, salientou que esta iniciativa permite promover um estilo de vida mais sustentável. Se, por um lado, é um espaço expositivo e de vendas para quem produz, por outro é também um espaço de sensibilização da comunidade. Este mercado, que já tem uma procura específica, demonstra que “há outras opções que não os supermercados ou o centro comercial” e que muitas vezes até são os nossos vizinhos a produzi-la. Em maio haverá nova edição.
Mafalda Pereira, de A Casa dos Cogumelos” veio da Serra de S. Julião (Torres Vedras) para este evento. A lisboeta desistiu da sua vida de psicóloga para se dedicar à paixão pelos cogumelos. O projeto arrancou há um ano e conta com 15 espécies medicinais e funcionais, sem adição de qualquer tipo de químico. Vende cogumelos, temperos, entre outros. E salta à vista um grow kit, que permite produzir os cogumelos em casa, em duas semanas. “É a primeira vez que venho ao ecomercado e está a correr muito bem”, disse. ■