Intempérie e falta de efetivos com impacto na ação das forças de segurança

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As diversas entidades de segurança e proteção civil participaram na renião do Conselho Municipal de Segurança
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As várias forças que operam no concelho fizeram um balanço do trabalho efetuado

A falta de recursos humanos e de meios continua a ser um problema para as forças de segurança. O facto foi reconhecido pela comandante em suplência do posto da GNR das Caldas, Maria Pereira, dando conta do decréscimo do número de patrulhamentos efetuados. “No ano de 2023 ainda conseguimos ter 2026 patrulhamentos e em 2024 há uma redução significativa e a tendência é para um aumento desse decréscimo”, referiu a responsável pelo posto que cobre uma área de quase 245 quilómetros quadrados e serve uma população de mais de 24 mil pessoas do concelho. De acordo com a GNR, os crimes de maior expressão são a violência doméstica, o furto e as burlas. Numa comparação entre o primeiro trimestre deste ano e o período homólogo em 2024, a GNR caldense registou uma “pequena redução” ao nível da criminalidade em geral, sendo que a violência doméstica ainda continua a liderar a estatística de crimes cometidos contra as pessoas. A criminalidade violenta e grave “já começa a dar sinais, com a participação de roubos por esticão”, partilhou a responsável, dando conta de uma participação feita no primeiro trimestre. Por outro lado, regista-se uma diminuição dos roubos em residências e de veículos.

Cada vez mais comum é o registo de ocorrência pelo crime de burla, destacando os informáticos e as detenções por condução sob o efeito de álcool e por falta de habilitação legal para conduzir, que continuam a representar uma parte significativa da atividade operacional desta força militar.

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Também o comandante da PSP caldense, Hugo Marado, se referiu ao número insuficiente de efetivos, salientando que existem outras alternativas mais atrativas para os jovens. Reportando-se à estatística criminal no concelho, deu nota da redução de 9,6% no crime contra pessoas de 2023 para 2024 e, por outro lado, do aumento de 6,4% do crime em património.

A PSP caldense registou, durante o ano passado, um total de 767 ocorrências, das quais 34 referem-se a crimes violentos e graves. Foram efetuadas 66 detenções, representando uma diminuição de 5,71%, que se traduz em menos quatro detidos. Em 2024 esta força de segurança registou 76 casos de violência doméstica. Hugo Marado destacou ainda que no primeiro trimestre já fizeram seis ações direcionadas aos imigrantes, em colaboração com a autarquia e juntas de freguesia, em sequência de alertas recebidos. Os polícias tentam perceber quantas pessoas, de facto, moram numa mesma residência e se esse número corresponde com o comunicado às entidades e, se houver suspeita de “algum ilícito criminal, nomeadamente auxílio à imigração ilegal ou tráfico de seres humanos, participar ao Ministério Público e à Polícia Judiciária”, disse o comandante, acrescentando que já foram feitas participações e os casos estão a ser investigados.

O coordenador municipal da Proteção Civil, Gui Caldas, apresentou o trabalho desenvolvido durante o primeiro trimestre deste ano, especificando os alertas que receberam da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (48 ocorrências), do corpo de bombeiros (7), da GNR (5), da PSP (12) e das juntas e uniões de freguesia (82), de populares (82), dos serviços do município (17), dos SMAS (3) e do ICNF (2). A depressão Martinho originou diversas ocorrências, para as quais a Proteção Civil municipal utilizou vários meios e 12 operacionais. Gui Caldas deu ainda nota de uma “ocorrência relevante” no dia 12 de abril, que foi o desaparecimento de um popular em Crastos, Vidais, em que foram acionados pela GNR para utilizarem o drone para apoio na sua localização. Realizaram oito voos e acabaram por encontrar o indivíduo, mas já cadáver.

Também os bombeiros caldenses registaram mais ocorrências neste primeiro trimestre devido à depressão Martinho. O comandante Nelson Cruz, especificou que entre meados de janeiro e de abril, registaram mais 69 ocorrências (3570 ocorrências) em relação ao período homólogo no ano passado. Por outro lado, tiveram menos 2025 quilómetros percorridos nas ocorrências em que participaram, menos 3178 horas de empenhamento e um acréscimo de doentes transportados. Registaram também menos incêndios estruturais e menos acidentes rodoviários. Em termos de emergência pré-hospitalar, este ano tiveram menos 166 ocorrências, menos 1316 quilómetros, menos 98 horas de empenhamento. Uma diminuição que o comandante considera que possa ser consequência da entrada em funcionamento da Cruz Vermelha caldense.

O edil Vitor Marques, destacou o trabalho das diversas forças militares e de segurança e apelou a um esforço conjunto e, sobretudo de prevenção, lembrando que o concelho “cresceu cerca de 4% nos últimos quatro anos”. ■

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