Inundação encerrou EBI de Santo Onofre durante mais de uma semana

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A EBI de Santo Onofre foi inaugurada em 1993 (o site da escola refere erradamente o ano de 2003) e esteve agora encerrada seis dias úteis

Os alunos do 1º Ciclo da EBI de Santo Onofre foram os primeiros a voltar às aulas, a 22 de Novembro, depois de a escola ter estado encerrada durante seis dias úteis, devido às infiltrações de água provocadas pela chuvada e queda de granizo na tarde de 13 de Novembro.

Estava também previsto para a passada quarta-feira, dia 23, o regresso à escola dos restantes alunos.

A forte chuvada que caiu na região a 13 de Novembro provocou vários estragos nas telhas da cobertura dos pavilhões da escola, o que levou a que várias áreas fossem inundadas. “Algumas telhas partiram-se e o volume de água foi tal que as condutas não drenaram o suficiente e ficámos com uma piscina nos telhados, acabando por entrar nos edifícios“, explicou a directora da EBI, Alexandra Nicolau.

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O problema maior acabou por ser a água que se infiltrou no quadro eléctrico principal, levando a que a electricidade tivesse que ser desligada e consequentemente o estabelecimento escolar deixasse de ter condições para funcionar.

Na passada segunda-feira, 21 de Novembro, a Direcção Regional Educação de Lisboa (DREL) e Vale do Tejo deu autorização para a reabertura da escola, depois de um engenheiro da EDP, pai de dois alunos da EBI, ter garantido as condições de segurança para se reactivar a electricidade.

O anúncio foi feito a alguns encarregados de educação de alunos do 1º Ciclo, nessa mesma noite, numa reunião que tinha sido convocada para informar que as crianças iriam ter aulas temporariamente no Centro Escolar de Santo Onofre (junto ao Staples). No entanto, com a ajuda de Paulo Cristino, a situação alterou-se e as notícias acabaram por ser melhores.

A solução para evitar problemas futuros nos telhados dos pavilhões da EBI passa por um reforço no escoamento de água, mas principalmente pela reparação das telhas partidas e das clarabóias (cujo vidro se danificou com o granizo).

Direcção reuniu com pais uma semana depois
 

Abateu-se uma tremenda tromba de água na zona da EBI e quando na segunda-feira, às sete da manhã, entramos na escola, vários sítios estavam inundados e o quadro eléctrico principal estava dentro de um mar de água“, contou a directora aos pais, durante a reunião que decorreu no Centro Escolar de Santo Onofre.

Ao longo da semana tudo fizemos para eliminar a água“, enquanto esperavam que a tutela resolvesse a questão do quadro eléctrico. “Se o tempo não ajuda, a burocracia menos ainda“, comentou Alexandra Nicolau. Sem telefone, Internet ou fax, tiveram que se socorrer dos telemóveis para ir comunicando.

Segundo Alexandra Nicolau, só na quinta-feira, 17 de Novembro, é que foram à escola os técnicos enviados pela DREL para avaliar a situação. Na sequência da visita foram pedidos os orçamentos para as obras necessárias.

Como os dias iam passando sem que surgisse uma solução, a direcção da escola contactou a Associação de Pais e Encarregados de Educação do Agrupamento de Escolas Santo Onofre (APEASO) para discutirem locais alternativos onde os alunos pudessem ter aulas.

Chegaram a encarar a hipótese de transferir as crianças do 1º Ciclo para o Centro Escolar de Santo Onofre, para que estas pudessem ter aulas.

Durante os contactos com os encarregados de educação, Alexandra Nicolau acabou por receber, no fim-de-semana passado, uma oferta de ajuda por parte de Paulo Cristino, que se disponibilizou para verificar toda a estrutura eléctrica.

Voltaram a ter energia eléctrica no passado domingo, dia 20 de Novembro, e depois da garantia de segurança por parte do engenheiro, que elaborou um relatório da situação (Paulo Cristino é responsável pela Área Operacional de Caldas da Rainha da EDP), “a tutela deu autorização para reabrirmos a escola“, explicou a directora aos encarregados de educação.

Alguns pais mostraram-se admirados com o facto de ter passado uma semana sem que a situação se resolvesse e depois ter sido suficiente a inspecção realizada por Paulo Cristino para que a escola reabrisse.

O próprio explicou na reunião que fez a vistoria a título pessoal, com a ajuda de outros técnicos que são também pais de alunos da EBI.

Os encarregados de educação lamentaram também que direcção do agrupamento não tenha autonomia para tomar decisões numa situação como esta.

Não poderíamos fazer de outra maneira porque não temos mesmo autonomia. A autonomia é no papel e fictícia“, comentou, em resposta, Alexandra Nicolau.

Alda Gomes, avó de três alunos desta escola, disse à Gazeta das Caldas como se tornou complicado gerir esta situação. “Eu é que tive que ir tomando conta deles durante estes dias“, disse.

Os três chegaram à escola na manhã de 14 de Novembro e depararam-se com esta encerrada, devido à inundação. Voltaram para casa e mais tarde acabariam por saber que não voltariam a ter aulas nessa semana.

A avó das três crianças está agora preocupada com a matéria que deixou de ser dada durante estes dias. Uma preocupação que é partilhada com outros encarregados de educação, mas a direcção da escola não dá garantias de que se consiga recuperar o tempo perdido.

O encerramento da EBI passou quase despercebido aos caldenses, mas a directora da escola não se arrepende de não ter divulgado mais o que ali aconteceu, embora isso pudesse ter contribuído para uma resolução mais rápida do problema e informar melhor os encarregados de educação.

Aquela escola vive ultimamente momentos de grande agitação e as pessoas politizam tudo. Parece haver uma grande necessidade de fazer dramas e o que eu menos quero são dramas“, explicou.

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