José Luiz de Almeida Silva
Num país que vive crescentemente do turismo internacional e numa região em que os residentes estrangeiros já têm um peso considerável, anunciar-se nas Caldas a possibilidade da criação de um condomínio turístico, com golfe de forte dimensão, pode criar novas dinâmicas.
No concelho vizinho de Óbidos, é já uma tradição e uma tendência que tem mais de meio século, quando foi vendida a empresas belgas, uma vasta área entre a Lagoa e Peniche, terrenos que pertenciam aos mesmos proprietários.
Na margem norte da Lagoa a mesma estratégia teria imensa dificuldade em ser concretizada dado o domínio duma pluralidade de proprietários, muitos até expatriados noutros países da emigração tradicional, em que a possibilidade de fusão de parcelas seria muito demorada.
Segundo a Gazeta conseguiu apurar, desta vez uma empresa europeia, parece ter conseguido juntar essas parcelas e ir lançar em breve um empreendimento entre naquela área, com a possibilidade de criação de um condomínio gigante à roda do primeiro campo de golfe com dimensão no concelho das Caldas da Rainha.
É certo que existe já na região um número considerável de residentes estrangeiros que lhe dá uma nova dinâmica, tanto ao nível da vida económica como cultural, não se confundindo com o turismo de massa que enxameia certas partes do país, este empreendimento, a concretizar-se, pode criar um novo potencial que os residentes tradicionais deveriam compreender e aproveitar.
As próprias autoridades locais deviam preparar-se para este novo fenómeno que vai ficar cada vez mais consolidado. Num território em crescente envelhecimento haverá que conjugar a vinda da população estrangeira com a já residente, proporcionando a todos uma verdadeira sociedade de bem-estar. Para isso é preciso perceber e consolidar inteligentemente este fenómeno. ■