Jorge Sampaio foi “um homem bom e de causas”

0
278
- publicidade -

Meia centena de pessoas assistiu à apresentação do livro “Era uma vez Jorge Sampaio”, no CCC, um livro de homenagem ao homem e ao estadista

João Bonifácio Serra e José Vera Jardim apresentaram, no passado sábado, no CCC, o livro “Era uma vez Jorge Sampaio”. Meia centena de pessoas assistiu à apresentação do livro de homenagem que reúne o testemunho de dezenas de personalidades, dos mais diversos quadrantes que quiseram contribuir com histórias partilhadas com o antigo Presidente da República, que tinha raízes familiares nas Caldas.
Jorge Sampaio faleceu em setembro de 2021. “Houve uma verdadeira comoção… Era uma personalidade que inspirava grande simpatia”, afirmou João Bonifácio Serra, que é um dos coordenadores desta obra que ainda reúne fotografias de 100 profissionais que o acompanharam e “que as cederam para esta homenagem”. João Serra foi assessor do Presidente da República, Jorge Sampaio, nos dois mandatos, entre 1996 e 2006. No final do segundo, exerceu cumulativamente funções de chefe da Casa Civil.
Enquanto Presidente da República, Jorge Sampaio sempre dedicou muita atenção aos municípios e acompanhava questões relacionadas com as localidades. Visitou todas as regiões e “nunca recusou intervenção em processos complexos”, afirmou João Serra, que recordou que Sampaio veio várias vezes às Caldas, uma delas, em 1985, de forma espontânea, para participar na inauguração do Atelier-Museu de António Duarte, seu tio por afinidade. Esteve presente em Dias da Cidade, no ano em que o escultor foi homenageado. Era ainda familiar de Silva Santos, caldense que possuía uma famosa papelaria-livraria na Praça da Fruta.
O caldense recordou que o antigo chefe de Estado “adorava ler relatórios e jornais”. Fazia-o logo bem cedo, antes das reuniões de trabalho. “E incluía sempre um jornal desportivo”, rematou.
José Vera Jardim, advogado e político, foi amigo de Jorge Sampaio desde a juventude. Aliás “a primeira visita dele às Caldas, foi feita comigo”, contou o convidado que foi ministro da Justiça no governo de António Guterres. “Andávamos na faculdade, eu passava férias em S. Martinho do Porto e Jorge Sampaio e mais dois amigos vieram ter comigo de automotora”, recordou.
O orador despertou sorrisos na plateia ao partilhar que conhece bem o nevoeiro e o vento, típicos do Oeste. Afirmou que a automotora em que os seus amigos vieram de Lisboa até S. Martinho “ainda é a mesma” e ainda que, tal como no final da década de 1950, o percurso “continua a demorar três horas”.
As raízes de Vera Jardim estão nas Caldas pois o convidado foi batizado na Igreja de Nossa Senhora do Pópulo. Morava com a família ao lado da pastelaria Baía, local onde lembrou os jogos de carica. A Igreja foi um dos locais que mostrou aos seus amigos da universidade, assim como o Chafariz das Cinco Bicas e o Parque.
“Foram muitos anos de amizade profunda”, salientou o convidado, referindo que estiveram juntos profissionalmente, partilhando o mesmo escritório de advogados. As famílias de ambos juntavam-se aos domingos e passavam férias juntos. “Jorge Sampaio foi um homem bom e de causas. Todos os amigos fazem falta mas os desta estirpe como o Jorge, ainda fazem mais”, rematou o antigo ministro.
O presidente da Câmara, Vítor Marques, referiu-se a Jorge Sampaio como “uma figura ímpar da política portuguesa, com várias ligações às Caldas”. A iniciativa, integrada no dia da Cidade, foi organizada pelo PH com o apoio da Câmara e da editora Tinta da China. ■

- publicidade -