Jovem de 18 anos sem fisioterapia adequada no hospital das Caldas depois de AVC

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Samuel-PinaSamuel Pina, um jovem de 18 anos de Almofala (Alvorninha), está sem a fisioterapia adequada, segundo o pai, há duas semanas depois de ter sofrido um acidente vascular cerebral (AVC) de alto risco. A assistência médica foi boa enquanto esteve internado em Lisboa no Hospital de Santa Maria, mas desde que regressou às Caldas as coisas complicaram-se e o programa de recuperação foi interrompido devido à lotação dos centros de cuidados continuados da região.

Samuel Pina, que tinha acabado de completar os 18 anos no início do Verão, sofreu o AVC no dia 7 de Julho. Acordou fragilizado na manhã desse dia e como a indisposição piorou e ficou com fortes dores de cabeça, levaram-no às urgências do hospital das Caldas. Foi lá que o AVC aconteceu. A severidade do episódio obrigou à transferência para o serviço de Neurologia do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, onde lhe fizeram o diagnóstico certo: um AVC. E não uma enxaqueca profunda, de acordo com o diagnóstico das urgências do CHO.
Fizeram-lhe uma TAC nas Caldas, mas a médica manteve o diagnóstico. Em Santa Maria, com o exame que trouxe das Caldas, o médico disse logo através do mesmo exame que era um AVC, que estava tudo bem descrito no TAC, conta o pai, Luís Pina.
O AVC foi forte e deixou sequelas. Um dos lados do corpo ficou praticamente sem sensibilidade, incluindo a vista, a boca, um braço e uma perna.
O jovem, residente na freguesia de Alvorninha, ficou internado em Santa Maria durante duas semanas, ao fim das quais recebeu alta para ser transferido para o CHO das Caldas da Rainha. Segundo Luís Pina, a ideia do médico era que Samuel poderia prosseguir nas Caldas o programa de fisioterapia prescrito, até ter vaga no Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão, onde tem consulta marcada para 28 de Agosto.
Foi aqui que começaram os problemas, segundo o que Luís Pina, contou à Gazeta das Caldas.
“Em Santa Maria ele fazia todos os dias cerca de hora e meia de fisioterapia. Quando o transferiram para as Caldas, pensavam que o internamento no Hospital Termal estivesse a funcionar, e não está, refere o progenitor. E, desde então, o programa de fisioterapia prescrito pelos médico de Santa Maria está interrompido. A fisioterapia possível tem-se resumido à visita de uma fisioterapeuta que se limita a mexer a perna e o braço do jovem. Uma rotina que fica muito aquém da que estava implementada em Santa Maria.
As duas semanas que já leva sem o programa de reabilitação adequado estão a piorar-lhe a condição física. Pelo que tenho percebido, os primeiros 30 dias são essenciais para haver hipóteses de reabilitação. Apesar de os médicos nos dizerem que o estado dele é complicado, temos sempre esperança que recupere o suficiente para poder fazer a vida dele, mas se estiver sem fisioterapia até ser chamado para Alcoitão, as hipóteses são cada vez mais reduzidas, desabafa Luís Pina.
Segundo o pai de Samuel Pina, no CHO dizem que não é possível deslocar o paciente ao Termal todos os dias para fazer a reabilitação. Samuel foi também referenciado para três centros de cuidados continuados da região Nazaré, Bombarral e Rio Maior, mas todos estão lotados.
Luís Pina diz que tem tentado de tudo para que o filho receba os cuidados que necessita, mas as respostas têm sido negativas e, no dia do fecho nossa edição, colocava-se mesmo a hipótese de Samuel Pina receber alta hospitalar e voltar para casa.
Um cenário que o pai até estaria disposto a aceitar, caso fosse proporcionado ao filho transporte diário para o Hospital Termal, onde poderia iniciar, assim, o programa de reabilitação prescrito no Hospital de Santa Maria. O que ele não pode é ficar sem a fisioterapia porque o tempo está a passar, desabafou.
A Gazeta das Caldas contactou o CHO em relação a este caso, e também para perceber se outros pacientes em situação idêntica correm o risco de não receber os cuidados de fisioterapia indicados, mas a instituição recusou-se a prestar quaisquer esclarecimentos invocando o sigilo profissional sobre este caso.

Joel Ribeiro
jribeiro@gazetadascaldas.pt

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