Os queijos de Idanha e o vinho produzido pela empresa Sogrape estiveram em destaque num workshop para os alunos que frequentam o pólo caldense da Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste, a 16 de Fevereiro. Trata-se de mais uma iniciativa da escola com profissionais, que tem por objectivo divulgar os produtos portugueses e promover as suas potencialidades na área da cozinha e restauração.
Sabia que 100 gramas de bolacha Maria engordam mais que igual quantidade de queijo? E que em Portugal existem mais de 20 variedades de queijos e que estes podem substituir o italiano, normalmente utilizado nas pizzas, sem prejuízo do seu sabor?
Provavelmente não porque não há muito conhecimento sobre as potencialidades do queijo português. E é para explicar estas e outras coisas sobre este produto que António Feliciano, director comercial da Cooperativa de Produtores de Queijo da Beira Baixa, anda a percorrer as escolas de hotelaria, dando acções de formação.
Este trabalho de promoção dos queijos de Idanha já vem sendo feito pontualmente desde 2003, mas este ano a cooperativa desafiou a Sogrape (empresa vitivinícula) a fazer parte do projecto, casando assim os queijos com os vinhos.
A escola caldense foi a terceira, de um total de 16, a ser visitada, e António Feliciano destacou a receptividade dos jovens.
Este responsável defendeu que “faz todo o sentido” trabalhar os queijos portugueses na gastronomia porque têm muito potencial. “Além de ser um dos nossos produtos característicos, tem uma complexidade de sabores, aromas e gostos que dá potencial às receitas”, disse, dando como exemplo uma pizza, que poderá ter na sua confecção vários queijos com aromas diferentes.
António Feliciano reconhece que actualmente os chefes de cozinha já utilizam mais o queijo português nas suas criações e estão sensibilizados para a importância de divulgar o produto nacional. O responsável adianta que produz-se muito queijo em Portugal e de qualidade, destacando a denominação de origem protegida que garante que o produto é característico daquela zona e garante as regras de confecção exigidas.
Casar o queijo com o vinho
Para Pedro Moreira, responsável da área de trade marketing da Sogrape, a questão da portugalidade também faz sentido nos vinhos, concretamente no vinho do Porto, uma vez que “existem muitos vinhos generosos, estrangeiros, que ocupam o momento do vinho do Porto”.
O responsável chamou ainda a atenção para o facto de quererem formar pessoas para um consumo moderado. “Acreditamos que o consumo deve ser qualitativo, numa base mais alargada de consumidores”, disse o responsável que na formação ensina os jovens a provar vinho, degustando-o lentamente.
O consumo per capita de vinho em Portugal é dos mais elevados, mas tem algumas particularidades. Por exemplo, o vinho rosé “no passado esteve muito conotado com o consumo feminino, o que não acontece no estrangeiro, e pretendemos alterar essa ideia”, referiu Pedro Moreira, acrescentando que este vinho, “ligeiro e fresco”, pode ser servido ao fim de tarde numa esplanada, fora da refeição.
O profissional destacou ainda a pertinência da iniciativa, que permite formar os futuros profissionais da área da hotelaria e restauração e destaca a ligação feliz entre a gastronomia portuguesa e o vinho.
Durante o workshop foi ainda apresentado o “concurso Sabores da Idanha/Sogrape”, edição de 2011, que irá englobar as escolas de hotelaria, representadas por agrupamentos. A final irá decorrer a 28 de Abril, em Lamego, altura em que os finalistas de cozinha farão uma ementa e os de sala servem e aconselham os vinhos. Haverá também um serviço de queijos na sala. “Depois do último prato, e antes da sobremesa, o funcionário passa pelos clientes para ver se querem o queijo para finalizar a refeição”, explica António Feliciano, dando nota que o serviço de queijos em sala tem sido em parte descurado.
A Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste irá continuar com as demonstrações por profissionais junto dos seus alunos. Nos dias 2 e 3 de Março será a vez da Nestlé visitar os dois pólos de formação e, a 11 de Abril, haverá nas Caldas uma apresentação de vinho verde e gastronomia minhota, com a presença de um chef de um restaurante daquela região, que irá confeccionar o almoço com os profissionais desta escola.
Fátima Ferreira
fferreira@gazetadascaldas.pt