Os jovens vão voltar a faltar às aulas pela defesa do clima. A próxima greve está marcada para o dia 24 de Maio e os estudantes caldenses também pretendem aderir e estão a preparar uma marcha pela cidade. Até lá irão fazer acções de sensibilização nas escolas e manifestações artísticas pela cidade a alertar para as alterações climáticas.
A concentração está prevista para junto da Praça de Toiros pelas 10h00 de sexta-feira, 24 de Maio. Depois, os jovens manifestantes tencionam seguir a pé pela rua do CCC até ao Chafariz das Cinco Bicas, descem à Praça da Fruta, continuam pelas ruas das Montras e Miguel Bombarda até junto à estação dos comboios. Daí seguem pela Avenida 1º de Maio até à frente da Câmara. O percurso já está delineado e os jovens vão fazer greve às aulas e sair à rua para exigir dos políticos acções concretas contra as alterações climáticas.
A iniciativa está a ser dinamizada por um grupo de cerca de 20 jovens, na sua maioria estudantes do ensino secundário. Andreia Galvão, de 19 anos, Josefine Winkler e Bernardo Lopes, ambos de 18 anos, alunos da Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro, são os porta-vozes do grupo caldense e estão a preparar várias acções que irão decorrer até 24 de Maio. O objectivo é canalizar o maior número de pessoas para a greve, convocada pelo movimento FridayforFuture, iniciado pela jovem sueca Greta Thunberg, e que irá decorrer em todo o mundo.
Para o passado dia 24 de Abril (já depois do fecho da edição), estava prevista uma palestra nas escolas caldenses por activistas do Movimento Climáximo. Na próxima segunda-feira, 29 de Abril, os estudantes pretendem ir à Assembleia Municipal falar sobre a sua reivindicação e pedir apoio para a manifestação.
Durante o próximo mês irão também ter lugar diversas manifestações artísticas, como performances, happenings, teatro e poesia, com o objectivo de sensibilizar as pessoas na rua.
Os jovens, que já participaram na manifestação de 15 de Março, em Lisboa, preparam agora esta iniciativa nas Caldas de modo a permitir que mais estudantes da região possam participar, tendo em conta que nem todos têm disponibilidade para se deslocar à capital.
“As Caldas precisa de acordar, temos de agir”, diz Josefine Winkler, exortando a uma participação de todos na luta contra as alterações climáticas. Os jovens pedem aos encarregados de educação que deixem os filhos participar, tendo já contactado várias associações de pais a darem-se a conhecer e a informar quais são os seus objectivos.
“Reclamamos da inacção governamental e queremos mostrar que estamos atentos e a vigiar a acção que o governo tem nesta temática”, conta Andreia Galvão, destacando que as reivindicações são sobretudo dirigidas ao governo. Contudo, também o poder local pode fazer alguma coisa ao nível da justiça ambiental. “Em S. Martinho há urbanizações junto a zonas de grande erosão, há áreas na Zona Industrial com lixo e a reciclagem não é feita a 100% nos aterros”, exemplificou a jovem activista.
Andreia Galvão garante que com esta acção os estudantes não querem “boicotar a educação” pois entendem que ela é crucial para a formação dos cidadãos que pretendem ser. “Simplesmente estamos a priorizar o que é uma crise climática e mostrar que estamos acordados”, diz a jovem, acrescentando que já participaram numa conferência em Lisboa e que irão a uma formação de activismo climático.