O nosso jornal foi alertado para um monte de lixo proveniente da limpeza da praia do Bom Sucesso (Vau) que foi depositado em Julho no terreno atrás de umas vivendas. Marcolino Bonifácio, um dos moradores, queixou-se desta inestética vizinhança e da “má imagem que esta situação traz a uma praia que recebe tantos turistas no Verão”.
O morador conta que houve lixo depositado por pessoas, já depois de este monte ali ter sido deixado. Por fim, chamou a atenção para os riscos em caso de incêndio e para a proximidade das habitações.
O lixo é sobretudo composto por caniços e restos de garrafas e plásticos, sendo que também já há sacos de fast-food e resíduos domésticos que ali foram depositados à posteriori. É um fenómeno conhecido: quando há um monte de lixo num local, as pessoas têm tendência a atirar para lá mais lixo.
No início de Julho o morador alertou primeiro a empresa que foi contratada pela autarquia para assegurar a limpeza da praia, que reagiu positivamente, deixando de colocar o lixo naquele local. Mas faltava retirar o que lá ainda se mantinha. Por isso, decidiu chamar a atenção da Junta de Freguesia do Vau, mas sem efeito. Seguiu-se, no fim de Julho, a Câmara de Óbidos, mas também sem quaisquer resultados práticos – o monte de lixo continuava junto à sua casa. Telefonemas para a GNR e para os bombeiros também não surtiram qualquer efeito.
Um mês depois, e tendo em conta que o lixo permanecia no mesmo sítio, contactou a Gazeta das Caldas.
Na segunda-feira, Marcolino Bonifácio explicou que “há três semanas a engenheira Catarina, da Câmara de Óbidos, veio ver a situação. Há oito dias liguei e responderam que ainda não se havia proporcionado” a limpeza, contou.
Contactada pela Gazeta das Caldas, a Câmara de Óbidos esclareceu que o “o lixo já é depositado naquele lugar há muitos anos” com a autorização do proprietário, que é a Agência Portuguesa do Ambiente (APA). O município, através de um e.mail enviado pelo vereador Pedro Félix, explicou ainda que o lixo que ali é colocado “não tem cheiros nem prejudica a saúde pública”.
Quanto à retirada do mesmo, a autarquia prevê que se efectue “como nos outros anos, sempre no final da época balnear” e “de uma só vez”.
Ainda assim, “o município entende a preocupação dos proprietários das habitações da zona, porque este ano com o desassoreamento da Lagoa de Óbidos há mais lixo deste tipo, mas o município está atento ao mesmo”. A concluir informou que “os lixos orgânicos são recolhidos diversas vezes por semana, colocados em contentores e recolhidos pela empresa contratada” para o efeito.