
Primeiro-ministro elogiou equipamento da Associação dos Bombeiros de Peniche que custou 2,8 milhões de euros e pretende servir o concelho
Luís Montenegro foi pela primeira vez a Peniche, enquanto governante, para presidir à inauguração do Pavilhão Multiusos da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários, fruto de um investimento de 2,8 milhões de euros. O líder do Governo elogiou esta segunda-feira o equipamento que “tem um interesse acrescido”, porque “não é um quartel de bombeiros, como seria normalmente a ocasião para a visita do Governo e do Primeiro Ministro para a inauguração de uma obra”. “É um pavilhão multiusos que é um equipamento que vai servir seguramente para a realização de eventos culturais, desportivos, empresariais, promoção de atividades económicas da região”, prestando desta forma “um serviço público á comunidade”, desejando por fim que “seja uma oportunidade para criar valor na sociedade”.
Construído ao longo de 18 meses num terreno ao lado da sede-quartel da associação humanitária, o novo equipamento na Avenida do Porto de Pesca possui uma área coberta de 5000 m2, a nave principal tem 4.000 m2 e pode receber até 12 mil pessoas, 210 stands de exposição e está preparado com infraestruturas para a realização de qualquer tipo de evento. Possui um circuito interno de videovigilância com 30 câmaras, a par de outros equipamentos dotados com as mais recentes tecnologias, incluindo um sistema de geração robótica, tornando o espaço mais sustentável, quer ao nível da poupança energética, quer ao nível da gestão das 98 luminárias de emergência. Dispõe ainda de um auditório com cerca de 80 lugares sentados e, no primeiro piso, galerias para exposições. José Augusto Rosa, presidente da direção, destacou o orgulho na conclusão da obra que “irá ser no futuro um pilar para o desenvolvimento do nosso concelho”. Para o responsável, este pavilhão polivalente “é e será um símbolo do nosso compromisso com o desenvolvimento, da inclusão e promoção de atividades que sirvam para a união dos cidadãos de Peniche”, sendo futuramente “um local acessível onde todos poderão reunir, aprender e divertir-se”.

A construção deste equipamento na cidade piscatória, onde poderá realizar-se futuramente o certame gastronómico que muita fama deu à cidade – ‘Festival Sabores do Mar’ -, devia ter sido há muito edificado pelo Município de Peniche, considerou na ocasião o presidente da Câmara Municipal. Segundo Henrique Bertino, “a engenharia financeira encontrada para viabilizar a construção deste edifício, que obriga a um esforço suplementar, quer para associação humanitária, quer para o município, deverá servir também para ajudar os governantes a refletir se não será justo fazer um esforço para encontrar uma via ou solução alternativa a um apoio à associação que permita aliviar a pressão financeira que ambas as instituições assumiram para concretizar este sonho”. Este novo espaço para feiras e congressos, para o qual a associação contraiu um empréstimo bancário de 2,4 milhões de euros a 30 anos, servirá também como meio de financiamento da instituição no âmbito do aluguer a outras instituições. O Município de Peniche, no âmbito de um protocolo assinado no ano passado, vai poder utilizá-lo, pagando mensalmente seis mil euros à associação.
Luís Montenegro visitou ainda o Edifício Setemares, do Politécnico de Leiria, , terminando com a inauguração da fábrica da empresa Omnifish. Fez-se acompanhar por três secretários de Estado (Mar, Pescas e Administração Interna). Foi-lhe apresentado o projeto Smart Ocean, que resulta de um consórcio liderado pelo Politécnico de Leiria, que opera no âmbito da vanguarda da inovação e do desenvolvimento tecnológico para a economia azul. O novo edifício está em construção, orçado em cerca de 7,5 milhões de euros, para ser inaugurado no final do próximo ano. Com financiamento público de 100% através do PRR – Plano de Recuperação e Resiliência, tem uma área de implantação de 1.495 m2, sendo que a área de construção vai chegar aos 3.097 m2, dos quais 1.230 m2 serão destinados à área de ‘start-ups’. Destacam-se espaços para investigação em aquacultura, inovação alimentar, biotecnologia azul e laboratórios de apoio e salas de formação. Sérgio Leandro, diretor da Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar, sublinhou na ocasião que “se não fosse o PRR poderíamos estar aqui a celebrar este grande feito que é o início das obras do edifício do Smart Ocean, mas conseguimos porque temos um projeto vencedor e impactante”. ■