Iniciativa integrada na Festa da Árvore permitiu às crianças o contacto com o cultivo dos alimentos e a natureza
Localizadas às portas da cidade, a Oeste, as hortas urbanas tiveram, na manhã de sexta-feira (9 de maio), uma visita especial. Mais de um milhar de crianças, dos três agrupamentos de escolas caldenses, percorreram aquele espaço de lazer e bem estar, onde se promove a produção de alimentos biológicos para consumo dos próprios produtores. Logo num dos primeiros talhões, os pequenos eram recebidos por Luísa Faustino que, com um molho de hortelã na mão, lhes ia oferecendo uma folha a cada um. Um “miminho” que as crianças recebiam com agrado, comentando o cheiro da planta aromática ou mesmo perguntando do que se tratava e se era comestível, percorrendo depois um circuíto pelo meio dos espaços cultivados e aprendendo sobre as plantas ali existentes. Ficaram, por exemplo, a saber que este ano, como a primavera “tardou”, as sementeiras foram feitas um pouco mais tarde.
Esta foi a primeira vez que as Hortas Urbanas, resultado do Orçamento Participativo de 2013 e implementadas em 2016, receberam tantas crianças de uma só vez. No entanto, por vezes, o espaço é visitado por grupos de crianças de uma associação de ocupação dos tempos livres, sobretudo durante o verão, que ali dinamizam atividades.
No sábado as hortas estiveram abertas ao público, embora possam ser visitadas durante todo o ano.
Atualmente os 84 talhões que compõem as Hortas Urbanas estão ocupados e existe uma lista de espera na Câmara. No entanto, quem quiser poderá inscrever-se e integrar essa lista. De acordo com Luísa Garcia, da comissão das Hortas Urbanas, este é um espaço também de convívio. “Temos espaços comuns, onde se pode fazer um churrasco, jogar às cartas e conviver”, referiu a também utilizadora do espaço. A comissão está a recuperar alguns espaços, com a casa onde eram guardados os utensílios de cultivo, de modo a permitir um melhor usufruto do local.
O espaço é ocupado por cidadãos dos 30 aos 83 anos e de várias nacionalidades, nomeadamente brasileiros, ucranianos, angolanos, cabo-verdianos, holandeses, alguns deles a cultivar produtos das suas terras. “Trazem sementes quando vão de férias e depois cultivam”, refere Luísa Garcia, acrescentando que, por vezes, também partilham métodos de cultivo.
No seu lote, Luísa Garcia tem framboesas, fisális, alfaces e também flores, “para atrair as abelhas”, que cuida quase diariamente.
Festa da Árvore
A visita das crianças esteve integrada na primeira Edição da Festa da Árvore, no Parque Urbano das Águas Santas. Ao todo, foram dinamizados 17 ateliers lúdico-artísticos, compostos por ações de promoção da biodiversidade e da sustentabilidade ambiental e alimentar, construção de peças artísticas efémeras com elementos naturais, teatro de fantoches, leitura de livros infantis. Houve ainda jogos sobre temáticas ambientais e um passeio pedestre, com o intuito de promover a mobilidade pedonal na cidade.
A iniciativa foi organizada pelo Gabinete de Ambiente e Espaços Verdes em conjunto com várias entidades locais.
