
A mobilização de pessoas para a manifestação convocada pela Comissão de Defesa da Linha do Oeste para o próximo dia 26 de Julho junto ao Ministério do Planeamento e Infraestruturas, em Lisboa, será determinante para a evolução da situação naquele eixo ferroviário. Esta ideia foi defendida por Rui Raposo, porta-voz da Comissão de Defesa da Linha do Oeste, durante uma acção de mobilização para aquele protesto, que decorreu no passado domingo na estação de S. Martinho do Porto.
Do sucesso da manifestação de 26 de Julho poderá estar dependente o futuro imediato da Linha do Oeste, acredita Rui Raposo. Desde o início de 2017 que as constantes avarias do material circulante têm levado a supressões de comboios no Oeste, o que “está a criar junto dos utentes mais frequentes o sentimento de abandono deste meio de transporte porque não lhes dá segurança de chegar a horas aos seus compromissos pessoais ou profissionais”, disse à Gazeta das Caldas. Por isso, a luta de 26 de Julho, na qual será exigido ao governo mais comboios e a modernização da Linha do Oeste, “será de extrema importância para o futuro deste eixo ferroviário”, acrescentou.
Foi no sentido de apelar à mobilização dos utentes que a Comissão de Defesa da Linha do Oeste realizou, no domingo, uma acção na estação de São Martinho do Porto. O aumento de fluxo de passageiros que recorrem à ferrovia para uma ida até à praia, mas também a presença de muitos veraneantes que deixam o carro nas imediações da estação e ali atravessam a linha para chegar ao areal permitiu que a mensagem se espalhasse o mais possível.
Rui Raposo não tem ainda noção se a manifestação terá uma forte adesão, mas adiantou que “há um número significativo de pessoas interessadas em ir”. A comissão está já a organizar a saída de autocarros de vários localidades com destino ao local da manifestação – a Avenida Barbosa do Bocage, junto ao Ministério do Planeamento e Infraestruturas. Confirmadas estão as partidas de autocarros de Alcobaça e de São Martinho do Porto, com os apoios respectivamente do município e das freguesias locais, estando por confirmar também os apoios das câmaras de Leiria e Caldas da Rainha. “Poderíamos ir de comboio, mas não podemos confiar que chegaríamos a horas”, lamentou Rui Raposo. Confirmadas estão igualmente as presenças das organizações representativas dos trabalhadores da CP, da EMEF e das Infraestruturas de Portugal.
“A LINHA BATEU NO FUNDO”
Na passada sexta-feira, 6 de Julho, a Linha do Oeste teve apenas uma composição em circulação, o que levou Rui Raposo a considerar que este foi o dia em que aquele serviço “bateu no fundo, com a esmagadora maioria dos horários suprimidos”.
Rui Raposo diz que é preciso exigir à CP e ao governo que encontrem urgentemente uma solução, que terá que passar por atribuir a esta linha – assim como a outras que sofrem o mesmo problema – “o número suficiente de composições para assegurar todos os horários minimamente necessários para dar resposta às necessidades dos utentes”.
A solução que tem sido encontrada pela empresa – o transporte dos passageiros em autocarros – “é insustentável”, diz Rui Raposo, porque as viagens demoram mais tempo e os horários não são respeitados, “o que descredibiliza por completo este serviço público”, concluiu.