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Elas eram rainhas e princesas, eram religiosas ou, simplesmente, mulheres do povo. E também havia as bruxas e as desgraçadas excluídas da sociedade. A tipologia das mulheres na Idade Média era vasta.
Agora, em Óbidos, é vê-las desfilar pelo recinto, exuberantes nos seus vestidos da nobreza, recatadas nas tendas dos acampamentos, mas também a lutar numa liça.
Numa altura em que eram tidas como um ser submisso mas também temido pelo desconhecimento da sua condição, o Mercado Medieval dá destaque à mulher, na sua 15ª edição, que decorre até 6 de Agosto, entre quinta-feira e domingo. A “festa da história” percorre diariamente as ruas da vila, com a caravana moura e um cortejo dos participantes no evento.
Nos primeiros quatro dias passaram pelo mercado “mais de 16 mil visitantes”, disse à Gazeta das Caldas o administrador da Óbidos Criativa, Ricardo Ribeiro, que está “muito optimista” com o desenrolar do evento.

D. Mécia, casada com o rei D. Sancho, não se sentindo amada pelo marido, foge. A versão oficial desta história verídica é a de que terá sido raptada, mas tendo em conta a realidade da época, em que os casamentos eram combinados e nem sempre os cônjuges se entendiam, é grande a probabilidade de ter havido uma fuga a este casamento infeliz. É esta realidade da época medieval que a peça de teatro “O rapto da Rainha” mostra, aos domingos à noite, no Terreiro da Aliança (na cerca do castelo), numa encenação de Pedro Giestas e com a participação de vários figurantes do concelho.
A mulher, que na Idade Média tinha um papel submisso e era muitas vezes maltratada, é destacada nesta edição do mercado medieval. Desde logo, na nobreza. A aparência exuberante e imponente da rainha e das damas da nobreza muitas vezes escondia maus tratos e infelicidade, resultado de casamentos combinados pelos pais quando estas ainda tinham tenra idade.
A mulher do povo está retratada na zona dos Socalcos da Arraia. Ela era educada para trabalhar de sol a sol, sobretudo nos campos, e obedecer ao marido.

Entre as tavernas aí existentes, está a Tasca da Música, da União Filarmónica de A-da-Gorda, que oferece aos visitantes grelhados, bacalhau com migas e doces. A garantir o funcionamento do espaço estão diariamente cerca de 20 voluntários desta associação, trajados a rigor com vestuário confeccionado pelas pessoas da associação.
O porco no espeto é a imagem de marca da taverna da Associação de Caçadores, Agricultores e Pescadores de A-dos-Negros, que também se localiza nos socalcos. A acompanhar o porco, há ainda sopa de peixe, moelinhas e caracóis. Ali perto, são os chocos, grelhados e em feijoada, que trazem convivas à Taberna de Nossa Senhora da Piedade, a cargo da Igreja Paroquial do Vau.

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