Mandala, Pottery, Atlas e Pérola. Assim se designam as novas colecções da fábrica Molde, assinadas com a própria marca da empresa caldense. Um retorno à marca própria, algo que foi feito durante os primeiros 15 anos da firma e que agora, passada a crise, está de regresso. A Molde vai também apostar forte nos revendedores independentes e, em breve, terá a sua loja on-line.
Desde o ano passado que a Molde está a reinvestir em produtos com a sua marca. “Esta fábrica quando foi fundada há 31 anos começou com colecções Molde”, disseram Ana Maria Pacheco e Luís Ribeiro, dois dos sócios da empresa. Ambos dividem com Joaquim Beato a gestão da mesma.
Nos primeiros 15 anos da vida da empresa, as peças com marca própria representavam 50% das vendas. Após a crise, a empresa regressa à criação própria sem contudo deixar os seus clientes internacionais para quem vai continuar a produzir.
As colecções da Molde, feitas em grés, dirigem-se a um público médio-alto e as peças querem chegar a mais gente com a possibilidade de encomendar à medida, seja para os grandes clientes, retalhistas independentes ou até mesmo para o consumidor final.
As novas colecções da Molde têm linhas atraentes, de várias cores e respeitando algumas das tendências da moda mas sempre preocupados em criar propostas intemporais. Algumas apostam em formas simples, de cariz oriental enquanto que outras vão buscar cores e formas à tradição como os encanastrados que deram origem à coleccção Weave.
As novas propostas incluem peças como jarras, canecas, travessas, assadeiras, pratos, tigelas e taças do chá.
Agora as colecções da Molde estão de volta aos certames internacionais e “estamos a ter uma óptima recepção dos clientes”, contou Ana Maria Pacheco, sócia e administradora da empresa de cerâmica. A firma fez também uma nova aposta tecnológica, tendo abandonado a terracota e apostando agora no grés.
“Contamos com a ajuda de designers externos para conseguirmos este produto próprio”, disse Ana Pacheco, referindo ainda que a forte aposta da Molde é na vertente utilitária.
A Molde também mudou o seu nome e passou a designar-se Molde Ceramics MIC (Molde Indústria Cerâmica) SA. As suas colecções já têm sido dadas a conhecer em feiras internacionais, entre elas a Maison & Objet em França. Em breve vão estar na Feira Ambiente em Frankfurt. A presença nos certames internacionais já proporcionou vendas, com a marca Molde, para a França, Alemanha, Bélgica, Suíça e Dinamarca
O primeiro foco de vendas da empresa caldense é o mercado europeu e há também uma aposta no mercado nacional. A Molde já apresentou as suas colecções próprias na Intercasa (Feira Internacional de Lisboa), onde as vendas foram bem sucedidas.
Segundo Luís Ribeiro, pretende-se que, dentro de três ou quatro anos, a empresa chegue a 20% de vendas de produto com marca própria.
Mais perto dos clientes
A Molde quer também investir no canal área HORECA (comércio e serviços ligados aos hotéis, restaurantes e cafés) e pretendem oferecer serviços podendo por exemplo criar colecções personalizadas para hotelaria e restauração. Têm a pretensão de chegar aos retalhistas independentes pois querem estar presentes em lojas “que não apostam nas massificações de consumo”.
Em breve vão ter uma página de venda online onde vai ser possível adquirir peças à unidade. “Vamos testar a reação do consumidor final”, disseram os sócios que no futuro pretendem que a empresa caldense possa pertencer a plataformas internacionais de venda.
“Pretendemos fornecer à medida de cada cliente”, afirmou Luís Ribeiro. Além do facto do grés permitir aumentar a durabilidade das peças, os sócios explicaram que as várias linhas não serão descontinuadas sem avisar os clientes de modo a que possam adquirir peças atempadamente.
No total, a fábrica caldense emprega no momento 70 pessoas e em 2019 espera facturar 2.5 milhões de euros. Com o investimento na marca própria, nos próximos três a quatro anos, pretende-se chegar aos três milhões de euros.