Morreu Eduardo Nery, um mestre da arte pública

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Notícias das Caldas
D.R.

O pintor e ceramista Eduardo Nery faleceu repentinamente no passado sábado em Lisboa, tendo sido cremado na passada segunda-feira. Tinha 76 anos de idade e foi ao longo da sua carreira artística de pintor e ceramista, uma dos mais importantes autores de arte pública.
Tão importante como isso para os caldenses, é que ele trabalhou bastante com entidades caldenses, nomeadamente com a Secla e com as Faianças Molde, bem como participou em várias iniciativas, seja do Cencal, do Museu da Cerâmica como do próprio município.
Uma das suas grandes tristezas, que ele confessava amiúde, era nunca ter tido a possibilidade de ter realizado uma obra de arte pública para as Caldas da Rainha, cidade que ele muito prezava, tendo-se gorado um importante oportunidade, quando não foi aceite o projecto para o CCC em que ele havia participado e concebido uma importante intervenção artística.
Nos seus projectos de arte pública no espaço urbano ou em edifícios, ao longo de mais de meio século, foram utilizados os mais variados materiais, desde o azulejo, vitral, tapeçaria, metais, etc.,  sendo os mais conhecidos realizados a partir dos finais anos 60, a fachada de azulejos da Fábrica de Cervejas da Vialonga, a estação e viadutos do Metro do Campo Grande, a sede e estação de tratamento de águas da Asseisseira da EPAL, a entrada sul da sede da CGD, a agência do BNU em Torres Vedras, o Palácio da Justiça em Setúbal, o Aeroporto de Macau, bem como a fachada do Museu da Olaria de Barcelos e escadaria da Avenida Infante Santo em Lisboa.

Na pintura, que era a sua formação de base, era um dos principais autores de expressão da  Pop Art e da pintura geométrica abstracta em Portugal.
Era um artista extremamente trabalhador, com uma forte exigência de rigor formal, mas de uma amizade sem mácula, permanentemente atento ao que se passava em seu redor, e muito amigo da Gazeta das Caldas, sendo incansável para nos manter em permanente sintonia com o que ia fazendo.
Recordamos em 2011 a sua preocupação em que estivéssemos presentes na visita à sua obra na Asseisseira (arredores de Torres Novas), na estação de águas donde provém parte do abastecimento da nossa região e há menos de um ano na apresentação do seu serviço de mesa na Vista Alegre em Lisboa (que ele fazia questão de oferecer um exemplar para as Caldas da Rainha).
No jardim do Museu de Cerâmica pode-se apreciar um painel que ele realizou na Molde e que ofereceu à cidade para testemunhar o seu empenho com a região.
Mais um bom homem e um artista de grande relevo que desaparece do nosso quotidiano mas que deixa a sua obra bem visível.

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JLAS

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